Trégua entre Lula e Ciro muda cenário de 2022

Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, avalia que a trégua entre o ex-presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes "não implica que a chapa em 2022 seja obrigatoriamente" formada pelos dois, mas sim que "um e outro, e seus respectivos partidos, e aliados de seus partidos – PT, PDT, PSB, PSOL e PCdoB - disputem juntos, façam campanha juntos e governem juntos"

Ciro Gomes e Lula
Ciro Gomes e Lula (Foto: RICARDO STUCKERT)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Não sei se o ex-marqueteiro do PT, João Santana, sabia que tinha havido um encontro entre Lula e Ciro, em setembro, no Instituto Lula, quando declarou, no Roda Viva, que a chapa ideal para derrotar Bolsonaro em 2022 seria Ciro na cabeça e Lula, vice, tal como ocorreu na Argentina com Cristina Kirchner.

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Desconfio que não, pois ele próprio afirmou que seria uma chapa “impossível”.

Primeiro, porque Lula ainda não recuperou seus direitos políticos, por mais absurdo que seja.

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Segundo, porque tanto eles quanto seus seguidores viviam às turras desde que, em 2018, Ciro foi passar o segundo turno em Paris, o que desencadeou uma enxurrada de acusações pesadas de um lado e de outro.

O fato é que, três dias depois disso, “O Globo” dá o furo que pode mudar o cenário das eleições presidenciais, e desanuviar o clima belicoso na esquerda, que se divide pró e contra Ciro.

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A trégua não implica que a chapa em 2022 seja obrigatoriamente Ciro-Lula, mas que um e outro, e seus respectivos partidos, e aliados de seus partidos – PT, PDT, PSB, PSOL e PCdoB - disputem juntos, façam campanha juntos e governem juntos.

A chapa pode ser Ciro-Flávio Dino, por exemplo. Ou Ciro - Haddad ou Lula -Flávio Dino ou alguma outra.

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É um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.

A direita não esconde seu ódio, está mais raivosa do que nunca, preocupada, porque finalmente os progressistas unem forças contra o inimigo comum que tenta transformar o Brasil num imenso quartel e ameaça a democracia.

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Na esquerda há alguns refratários à ideia, há os que duvidam, os que detonam, como sempre, mas a maioria aplaude.

Já estava mais que na hora de encerrar o capítulo de 2018. Não fazia bem às esquerdas o clima de beligerância entre os dois maiores líderes e seus respectivos partidos.

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Se disputassem juntos as eleições municipais, revelam pesquisas, os cinco partidos liderados por Lula e Ciro poderiam estar à frente nas intenções de voto, com alta possibilidade de vitória nas duas principais cidades do país, São Paulo e Rio.

Sugiro que o marqueteiro dessa coalizão seja João Santana.

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