Transição e 'mano dura' contra os crimes do governo bolsonarista

"É uma das medidas necessárias para iniciar a reconstrução do Brasil", defende o jornalista Milton Alves

Presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento no Palácio da Alvorada 01/11/2022
Presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento no Palácio da Alvorada 01/11/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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A Vitória eleitoral de Lula, e da aliança partidária liderada pelo PT, foi uma façanha. A campanha de Lula enfrentou de tudo, todo tipo de sordidez e o uso da máquina de governo sem precedentes -- talvez nem nas eleições da República Velha se abusou da máquina estatal como o governo Bolsonaro. Uma ação criminosa, de saque do erário, via orçamento secreto e o repasse de recursos para segmentos da população e categorias profissionais. Compra de voto, que deixou o tal 'mensalão', uma invenção midiática, como brincadeira de criança.                                   

Além disso, o governo Bolsonaro introduziu abertamente na disputa eleitoral o método da violência política, da chantagem golpista e o desrespeito à soberania do voto popular. Após as eleições incentivou ações criminosas de bloqueios de estradas e vias urbanas -- com a cumplicidade das forças seguranças, que estão contaminadas pelo vírus do bolsonarismo.                                                         

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A aliança ampla encabeçada por Lula derrotou eleitoralmente o bolsonarismo, mas a moléstia segue presente no corpo enfermo do país e de suas instituições. É o grande desafio que temos pela frente: derrotar políticamente o bolsonarismo, seu projeto de sociedade, visão de mundo e  de valores. É uma disputa política, ideológica e  organizativa, de médio a longo prazo. Uma disputa pela hegemonia das idéias democráticas e de esquerda para conquistar uma maioria social no país.  Sem esse combate necessário e urgente, as forças populares serão derrotadas -- num curtíssimo prazo.                                                                        

A base material de sustentação do bolsonarismo é o neoliberalismo, o agro primarizado e exportador, o setor rentista da Faria Lima, a classe média ressentida e os setores populares, envolvidos pela mística neopentecostal, agressivamente pro- mercado. Portanto, um dos maiores riscos do futuro governo Lula vai se concentrar no terreno da agenda econômica.  Será um governo de superação do modelo neoliberal ou uma transição para um neoliberalismo mitigado, acompanhado de políticas de compensação social? A escolha dos ministros da área econômica será um primeiro e importante indicador.                                                          

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Agora já ouvimos vozes, em nome de uma pretensa pacificação, defendendo que é hora, quem sabe, de até uma troca de aperto de mão com o líder neofascista, que ainda ocupa a cadeira presidencial. Será um cálculo político muito inteligente e sofisticado tal sugestão ou apenas revela uma espinha curvada de quem já abriu mão de qualquer impulso reformista para a sociedade brasileira.                                       

Não foi a esquerda e as forças populares que jogaram o país à beira do precipício, foi o andar de cima que pariu Bolsonaro e a extrema direita, com características neofascistas. Em memória das vítimas do bolsonarismo na pandemia e durante a resistência política é que devemos apurar e punir com rigor das leis os crimes praticados pelo governo bolsonarista. É uma das medidas necessárias para iniciar a reconstrução do Brasil. Conciliar é desmoralizar os que bravamente resistiram, arrancando Lula da prisão e que travaram o combate político para manter o PT e a esquerda de cabeças erguidas e os corações quentes.                                                              

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Sem medo de ser feliz, e mano dura com os fascistas.

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