Trabalhadores do metrô derrotam Tarcísio, abalam bolsonarismo fascista e alertam Banco Central neoliberal

Grevistas deram uma lição de política sindical de sucesso: derrotaram o governador que ensaiou molecagem com eles e se deu mal, abalando o bolsonarismo paulista

O governador de SP, Tarcísio de Freitas
O governador de SP, Tarcísio de Freitas (Foto: Isadora de Leão Moreira/Governo de São Paulo)


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Os trabalhadores grevistas do Metrô de São Paulo deram uma lição de política sindical de sucesso: derrotaram o governador Tarcísio de Freitas, que ensaiou molecagem com eles e se deu mal, abalando o bolsonarismo paulista. De quebra, emitiram sinal de alerta ao Banco Central Independente (BCI) contra monetarismo neoliberal que pratica como agravante do desemprego capaz de espalhar greves gerais pelo país, porque aprofunda recessão econômica incontrolável, inviabilizando desenvolvimentismo lulista vitorioso em campanha eleitoral.

Tarcísio, com seu neoliberalismo impulsivo, prometeu uma coisa e entregou outra aos metroviários. Os líderes do movimento, com pragmatismo, perceberam que não teriam apoio da população se radicalizassem em suas ações, ou seja, se não aceitassem dialogar com a empresa do Metrô e o governador. Exigiram, então, liberação das catracas para continuarem trabalhando, enquanto mantinham suas reivindicações salariais, centradas, especialmente, na reposição dos prejuízos gerados, ainda, na pandemia, em forma de abono salarial. Ficou no ar sentimento de autoestima satisfeito da categoria no sentido de que sair por cima para, numa segunda fase, recuperadas as forças, voltar ao ímpeto grevista.

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Autoestima laboral em alta

O governador paulista, arrogante, tentou enganá-los, exigindo, na justiça, a suspensão da catraca livre. Queria derrotar os trabalhadores no ponto de negociação que julgavam fundamental, pois, se a catraca ficasse livre, representaria o germe de uma conquista histórica, há tempos alvo de luta: transporte coletivo livre como contraposição à recessão econômica desatada pelo golpe neoliberal de 2016, que, desde então, achata o PIB, destrói salários e a taxa de lucro das empresas, fomentando, consequentemente, subconsumismo, desemprego e desigualdade social acelerada.

Nesse ambiente, somado às restrições monetaristas do BCI comandado por Campos Neto, em clara sabotagem contra Lula, para sustentar anti-desenvolvimentismo e destruição de políticas sociais distributivas de renda, emergiu resistência dos metroviários. Ela foi mais que suficiente para conquistar a população, maior afetada pelo neoliberalismo do BC, a fim de apoiar o movimento grevista fulminante que parou a mais importante cidade do país. A paralisação se estendeu a uma distância capaz de cobrir ligação rodoviária entre São Paulo e Rio de Janeiro, deixando de cabelo em pé os conservadores do status quo.

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Tarcísio se apavorou com a paralisia monstra, sentiu a derrota acachapante diante da unidade política fundamental trabalhadores-população e socorreu-se à justiça trabalhista, sem sucesso. A resistência da categoria fez ver ao governador que ele seria derrotado e diante da eminência da derrota abriu o bico. 

Desfecho político sindical exemplar

O exemplo da greve do metrô, certamente, repercutirá, nacionalmente, nos transportes coletivos em geral em favor da sua gratuidade, de agora em diante, abrindo debates acirrados nas assembleias legislativas, onde o tema circula em forma de inúmeros projetos de lei que tendem unir oposição e situação. Tal tendência irá avançar quanto mais se estendem expectativas negativas na economia, produzidas pelas restrições monetárias neoliberais, cujos objetivos descartam interesse público em favor do interesse privado. 

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Que empresário se interessará pela privatização de serviços públicos, se a política macroeconômica do BCI se transforma em mau negócio para os investidores?

Mantida essa situação econômica tensa e sem perspectivas no curtíssimo prazo, no qual são atendidos apenas os interesses rentistas dos especuladores, enquanto a economia não reage satisfatoriamente, o exemplo dos trabalhadores de São Paulo espraia país afora alimentando estratégias capazes de fazer renascer políticas sindicais de rompimento contra orientação neoliberal, repercutindo cada vez mais forte no Congresso já de olho nas eleições municipais do próximo ano.

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