Tornar ingovernável o governo dos ricos
O núcleo essencial do governo Temer, diz o colunista Emir Sader, "é o desmonte do Estado brasileiro, de um projeto de país, dos interesses nacionais, junto à liquidação dos recursos para as políticas sociais e o massacre dos direitos dos trabalhadores. Seus projetos são os da privatização, do corte de salários e de empregos, de fomento dos planos privados de saúde no lugar do SUS, da diminuição dos recursos para a educação privada, em favor da educação mercantil"; segundo ele, é necessário organizar a resistência para demonstrar que "não se pode governar o Brasil contra o seu povo, contra a democracia, contra o próprio Brasil"; leia a íntegra
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A direita, acostumada a dirigir o País a seu bel-prazer, com ditadura, neoliberalismo, meios de comunicação lhe louvando, nunca se conformou com perder o governo em 2003. Ainda mais para um líder de origem popular, que não fracassou, como ela e a ultraesquerda vaticinavam mas, ao contrário, tornou-se o melhor presidente do Brasil e o mais consagrado internacionalmente. Desmascarou os que governavam para uma minoria, demonstrando não apenas que se deve, mas que se pode governar para todos. Que só assim se teve governos com prestígio, estabilidade e apoio popular.
A direita perdeu quatro eleições seguidas e tem todas as possibilidades de seguir perdendo, porque nas campanhas são comparados os governos feitos pela direita e pela esquerda, os tipos de sociedade, de país, de Brasil, que uns e outros desejam. E tem todas as possibilidades de seguir perdendo, ainda mais quando mostra de novo o desastre de país que almejam, massacrando o povo e o patrimônio brasileiro.
Daí apelaram para o atalho do golpe, com o que pretendem restabelecer o poder dos ricos de se apropriarem do Estado e dirigir o Brasil conforme seus interesses. Só pelo seu esboço sabemos que é um governo de vingança, de revanche dos ricos contra os pobres, do grande empresariado internacionalizado contra os projetos nacionais e que contemplam todo povo. Um governo de poucos, de uma gangue de corruptos sem voto, a serviço dos que os financiam.
Seu núcleo essencial é o desmonte do Estado brasileiro, de um projeto de país, dos interesses nacionais, junto à liquidação dos recursos para as políticas sociais e o massacre dos direitos dos trabalhadores. Seus projetos são os da privatização, do corte de salários e de empregos, de fomento dos planos privados de saúde no lugar do SUS, da diminuição dos recursos para a educação privada, em favor da educação mercantil.
Seu sucesso político é o golpe, seu sucesso como projeto é uma brutal reconcentração de renda a favor do grande capital, em particular do capital especulativo. Seu sucesso depende da aprovação do maior e mais brutal pacote de medidas enviadas ao Congresso, pacote anti-nacional, anti-popular, antidemocrático.
Derrotar esse projeto de destruição politica, social e economica da democracia brasileira é o objetivo maior dos que lutaram, lutam e seguirão lutando sempre pela democracia no Brasil. Derrotar as tentativas de privatização do pré-sal e da própria Petrobras, lutando pela convocação de uma consulta popular sobre o destino dos recursos do maior projeto de futuro para o Brasil, que o governo golpista quer rifar, entregando a preço de banana nas mãos de grandes empresas internacionais.
Derrotar a tentativa de restringir e engessar os recursos para a educação e a saúde por 20 anos, para ter recursos para transferir recursos para o capital financeiro. Colocar limites no aumento dos salários, pressionados pela elevação ainda maior do desemprego.
O ponto forte do governo golpista é sua maioria parlamentar, o apoio da mídia e do Judiciario. Seu ponto frágil é a falta de razões e a o repúdio popular. So com grande campanha de conscientização do povo, de mostrar como as brutais medidas do governo afetam o cotidiano e a vida de todos os brasileiros, conseguiremos convocar as mobilizações populares que inviabilizem o projeto antidemocrático dos golpistas.
Escrachos diários de todos – parlamentares, membros do governo, juízes, promotores, empregados da mídia -, ocupar todos os espaços possíveis, ocupar e resistir, mobilizações locais e sobre temas específicos, junto a grandes mobilizações populares. Ações no Congresso, nas instâncias judiciais, no plano nacional e internacional e convocação de eventos de repudio ao golpe.
Valer-nos de todas as formas de luta que criem um clima de ingovernabilidade popular e democrática, demonstrando que não se pode governar o Brasil contra o seu povo, contra a democracia, contra o próprio Brasil. Derrotar o projeto do governo golpista, tornando-o incapaz de desmontar o pais, mostrar como a força do povo, sua inventividade, sua criatividade, a mobilização do que melhor tem o Brasil, é capaz de derrotar os planos monstruosos do governo mais corrupto, antinacional, antipopular e antidemocrático que o pais já teve.
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