Tóismamos no Chucrute
Pior do que a derrota histórica é ver os colunistas do inferno e do caos colocarem nas entrelinhas de seus artigos que o Brasil perdeu por causa do PT e da presidente Dilma
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O Brasil acordou de ressaca após a derrota inacreditável de 7x 1 para a temida Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Menos mal, devem ter dito alguns otimistas, pior seria se fosse da Argentina. Não posso crer que foi um simples vexame, porque todos viram que a seleção fez de tudo um pouco em campo, menos usou o seu verdadeiro futebol.
Os jogadores pareciam marionetes nas mãos dos alemães. A cada bola perdida, um contra-ataque e pimba, bola no gol brasileiro. E assim sucessivamente... Apagão? Coisa nenhuma, os jogadores estavam jogando cada um por si e Deus por todos. A cada tomada de bola, um passe errado e, quando se chegava à frente do gol, um muro de Berlim se formava impedindo que até um mosquito atravessasse.
Vi coisas que muitos não quiseram ver. Os jogadores brincando de pelada em campo, contra um time extremamente preparado, que marcava em cima todas as saídas de bola do adversário. A Alemanha mereceu ganhar, mas os nossos jogadores não mereceram perder tão vergonhosamente como perderam. Sabem por que o Neymar lesionou a coluna? Porque ele carregava a seleção nas costas. Isso é fato! A saída do jogador causou um furor às avessas, o time ficou apático e perdeu o seu brilho. A impressão que se tinha é que os jogadores não estavam ali, mas sim se procurando no vestiário obscuro e infinito.
Quem um dia imaginou que a seleção número um do mundo iria emplacar uma derrota tão histórica quanto essa? Mas pior do que isso é ver os colunistas do inferno e do caos colocarem nas entrelinhas de seus artigos que o Brasil perdeu por causa do PT e da presidente Dilma.
Vexame de fato são os Reinaldos Azevedos da vida fazerem analogias entre o governo federal e a derrota da seleção. Nada a ver uma coisa com outra. Talvez em cabeças de pipocas, um risco signifique chuvisco e seleção o mesmo que eleição.
Enquanto milhares de Aeceiros e anti-Copistas pregavam o caos nacional na presunção de que a Copa seria um fracasso, milhares de brasileiros de verdade torciam para que tudo desse certo e esse megaevento desportivo trouxesse inúmeras divisas para o País. O que de fato aconteceu: o Brasil soube receber bem os turistas estrangeiros, apesar das falhas, lucrou com a Copa, superou as expectativas dos pessimistas e fez a verdadeira Copa das Copas, conforme a mídia internacional propagou em primeira mão há alguns dias.
Nem tudo ficou pronto, é verdade, caiu um elevado (mal feito) em Belo Horizonte e pessoas morreram. Infelizmente na vida nem tudo é festa, vemos vidas e mortes todos os dias. Vivemos tragédias pessoais e profissionais, mas estamos firmes e fortes.
O brasileiro sempre procura culpados em tudo, da seca no Nordeste até à de São Paulo. As cheias no Sul e no Sudeste, os apagões nas mais remotas cidades. Tudo, tudo tem um culpado-mor em anos eleitorais para a oposição, o governo federal e o PT.
É Inacreditável como alguns imbecilóides cibernéticos colocaram nas redes sociais que a Claudinha Leite "zicou" a seleção com o sete em sua roupa logo na abertura da Copa e a presidenta Dilma também, quando posou essa semana com o "É Tóis Neymariano", que segundo eles forma um criativo sete, o mesmo número de gols feitos contra o Brasil pela Alemanha.
Perdemos, sim, e daí? Para perder nas semifinais, tivemos de ganhar outras partidas e chegar até aqui. Isso não tem mérito?
A saída do Neymar até pode ter mexido com o emocional dos jogadores, mas não foi esse o real motivo da derrota histórica. A Seleção Brasileira não se preparou o suficiente para enfrentar um adversário tão preparado como a Alemanha e isso ficou muito claro no jogo contra o Chile.
O ego do Felipão na crença da invencibilidade canarinho inflou um sentimento de "segurança" nos jogadores, o que dificultou um estudo mais aprofundado das estratégias da adversária Alemanha. Todo mundo sabia que o Brasil ia ser bem marcado, mas ninguém imaginava que os jogadores, feito baratas tontas, iriam bailar num "Schulz" descoordenadamente, em pleno solo brasileiro. Será que estavam procurando um Neymar imaginário à espera de um milagre?
Termino esse texto parafraseando Guilherme Arantes: "Vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar."
Decididamente, a derrota da Seleção Brasileira não foi um grande vexame, foi uma simples tragédia, TÓISMAMOS NO CHUCRUTE.
#LigaproSamu #BrasilAte2018 #PartiuRussia
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