Tio Sam impõe seu jogo: Temer detona Petrobrás e Agronegócio para favorecer Trump na guerra comercial com China
O império favorece agronegócio americano, concorrente do brasileiro, e domina, estrategicamente, a oferta mundial de alimentos, como fator de poder, para impor sua vontade à China, na guerra comercial entre ambos, que ganha dimensão global
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VICE- IMPERADOR CHEGA À COLONIA PARA DITAR SUAS REGRAS
O império americano, representado pelo seu vice-imperador, Mike Pence, está satisfeito pela vitória geopolítica estratégia sobre China e Rússia, por ter tirado, com o golpe de 2016, o Brasil dos BRICs e colocado-o debaixo das asas dos Estados Unidos, que consideram território brasileiro seu quintal na América do Sul. Nesse momento, o poder imperial age, decididamente, a seu favor: põe o ilegítimo governo Temer/PMDB/PSDB a exercitar sua estratégia para a economia brasileira. Congela gastos públicos por 20 anos, fixa política de preços para Petrobrás, baseada na cotação do dólar e do petróleo, no mercado internacional, domina o pré-sal, tornando Petrobrás mera exportadora de óleo cru e importadora de refinados, e penaliza, com tal política, competitividade do agronegócio brasileiro, manipulando preços dos insumos necessários ao seu funcionamento. Desse modo, o império favorece agronegócio americano, concorrente do brasileiro, e domina, estrategicamente, a oferta mundial de alimentos, como fator de poder, para impor sua vontade à China, na guerra comercial entre ambos, que ganha dimensão global.
ESTRATÉGIA IMPERIALISTA
O agronegócio nacional entrou em pânico com a geopolítica estratégica adotada pelo governo PSDB-PMDB do ilegítimo Temer de aliar-se ao presidente Trump, no contexto da guerra comercial global Estados Unidos-China.
Os agricultores perdem mercado chinês, grande consumidor do agronegócio nacional, e tem seus custos de produção elevados, com a política de preços, ditada pelo mercado internacional, mediante oscilação das cotações do dólar e do petróleo, com a Petrobrás controlada, imperialmente, por Washington.
Sem Petrobrás sob orientação nacional, estruturante, para garantir ao agronegócio – e, também, à indústria nacional – preços competitivos dos insumos que utilizam, como o óleo diesel e demais refinados, os agricultores brasileiros veem a vaca ir para o brejo.
Percebem, agora, que, ao lado do PMDB-PSDB, aliados de Trump, caíram em tremenda armadilha, no momento em que os chineses aumentam para 38% tarifa de importação do frango nacional.
A China, com essa retaliação, deixou no ar que adotará mesmo comportamento em relação à soja, ao milho, ao farelo, às carnes em geral etc, se o agronegócio brasileiro continuar ao lado do PMDB-PSDB, apoiando Trump, no contexto da guerra comercial global que se intensifica.
Na prática, com sua atuação retaliatória, os chineses dão o recado de que querem, no poder, no Brasil, amigo dos chineses, como foram Lula e Dilma, com os quais construíram os BRICs, novo polo de poder global, para desbancar o unilateralismo neoliberal americano, no contexto da guerra comercial.
ALELUIA, NOVA LEI ANTINACIONAL
Para piorar tudo, para o agronegócio – e, logicamente, para a economia, como um todo -, foi aprovado, na Câmara, semana passada, projeto de lei antinacional do deputado José Carlos Aleluia(DEM-BA) que entrega o óleo do pré sal de mão beijada para petroleiras internacionais.
A Petrobrás, de cuja ação estruturante depende o agronegócio para ser competitivo, internacionalmente, fica mais frágil, para defender o setor, ao se transformar em mera exportadora de óleo cru e importadora de produtos refinados, conforme orientação imposta pelo Consenso de Washington, que determina as ações do governo golpista PSDB-PMDB Temer.
Nesse contexto, a Petrobrás, submetida à orientação dos Estados Unidos, no ambiente da guerra comercial que move contra a China, deixa de ser empresa estruturante do desenvolvimento nacional, sem a qual o agronegócio se fragiliza estruturalmente em relação ao seu principal concorrente, o agronegócio americano, na cena global.
Interessa aos Estados Unidos a fragilidade do agronegócio, por meio de política de preços manipulada pela Petrobrás, na sua disputa de mercado para a China, dependente, por sua vez, das importações agroindustriais brasileiras.
Resta, agora, ao agronegócio tupiniquim tentar barrar o projeto Aleluia, no Senado, se não quiser cavar sua própria sepultura.
ALIANÇA NACIONALISTA?
Se quiser sobreviver, terá que abandonar os aliados que o traíram, do ponto de vista geopolítico estratégico comercial, o PSDB-PMDB, aliados de Trump, inimigo do agronegócio nacional.
Caso contrário, apoiando quem o está traindo, o agronegócio nacional toca fogo às próprias vestes.
O que interessa ao agronegócio, na discussão do projeto antinacionalista, entreguista do deputado Aleluia, a ser, agora, submetido aos senadores, depois de vitorioso na Câmara?
Evidentemente, aliança nacionalista com os defensores da estatização da Petrobrás, o PT e seus aliados, os que foram derrubados, em 2016, na batalha do impeachment, que, estimulado por Washington, uniu PSDB-PMDB, hoje, ameaça concreta ao agronegócio, por suas posições políticas e geoestratégicas sintonizadas com Estados Unidos-Trump.
Pragmaticamente, portanto, ficar ao lado de Trump significa, para os agricultores brasileiros, perder negócios da China, maior consumidor do agronegócio nacional, decidida, agora, à retaliação comercial contra produtos agrícolas nacionais.
A disposição retaliatória dos chineses ficou comprovada, há duas semanas, com imposição de tarifa de 38% sobre importações do frango brasileiro, deixando em aberto iniciativas, no mesmo sentido, contra soja, milho, farelos, carnes em geral etc.
A guerra comercial China-Estados Unidos, portanto, pegou o agronegócio nacional no contrapé e demonstrou, claramente, a inexistência da fantasia do denominado livre mercado.
Blocos comercias, nova lógica
Em meio à guerra comercial, detonada por Trump, o que passa a predominar, na cena internacional, é formação de blocos comerciais, na disputa pelo mercado.
Com que bloco comercial o agronegócio brasileiro vai alinhar-se, para continuar poderoso?
Com o de Trump, que deseja destruir o concorrente nacional, usando a política de preços da Petrobrás, sob comando americano, para afetar sua competitividade?
Ou do bloco chinês, que abre, ao Brasil, as portas da Eurásia, vanguarda comercial desenvolvimentista, no século 21, por meio dos BRICs?
Com a derrubada de Dilma, em 2016, e a tentativa de impedir candidatura de Lula, em 2018, PSDB e PMDB, monitorados por Washington, transformaram-se em adversários do agronegócio, empecilhos ao avanço do Brasil no cenário dos BRICs, na sua inserção no bloco eurasiático etc.
Tal adversidade aumentou, ainda mais, depois da aprovação do projeto Aleluia, articulado por PSDB-PMDB-Washington, que concede, às petroleiras internacionais, usufruto dos benefícios – de pai para filho – das concessões onerosas feitas pela União à Petrobrás, na bacia do pré sal.
NOVAS CIRCUNSTÂNCIAS
O projeto de lei antinacionalista reforça, se aprovado, agora, pelos senadores, condição da Petrobrás de se transformar em mera exportadora de óleo cru e importadora de óleos refinados, em obediência às orientações de Tio Sam, que passou a ditar políticas de preços à estatal nacional, subordinadas aos interesses especulativos do mercado internacional.
Naturalmente, é péssimo negócio para o Brasil.
Os agricultores continuarão dando tiro no pé, por meio dos seus representantes no Senado, apoiando jogo entreguistas destes de manterem-se ao lado dos Estados Unidos, que destroem o instrumento econômico estruturante do seu próprio empreendimento estratégico, que é a Petrobrás, na tarefa de impulsionar o agronegócio nacional?
Novas circunstâncias políticas e econômicas se abrem no ambiente do perigo que passa a correr os agricultores brasileiros, se continuarem ao lado do PSDB e PMDB, que se transformaram em seus inimigos.
Em contrapartida, tais circunstâncias criam ambiente para aliança entre tradicionais adversários: os homens do agronegócio, de um lado, politicamente, conservadores, econômica e financeiramente ameaçados de bancarrota, e, de outro, o PT e seus aliados, a esquerda, defensores da estatização da Petrobrás, sem a qual o agronegócio, setor que, hoje, impulsiona o PIB nacional, entra em colapso definitivo.
Contraditoriamente, nesse momento, a estatização da Petrobras, por favorecer o agronegócio, une esquerda e direita contra o projeto antinacional de Aleluia/PSDB-PMDB/Washington.
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