Tio Sam-Globo comanda guerra ao foro privilegiado para detonar democracia
Acabar, como quer o poder midiático oligopolizado, braço do império, com o foro privilegiado e o transito em julgado, como se articula no STF, para rasgar a Constituição, é detonar a democracia
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Arma da burguesia
O foro privilegiado é, historicamente, arma da burguesia.
No século 17, os burgueses derrubaram o rei, ditadura monárquica, medieval, guerreira, imperialista, para levar adiante suas conquistas que produziriam o capitalismo comercial e industrial.
Derrotaram o rei e fortaleceram o parlamento.
O foro privilegiado nasce, portanto, para a burguesia ter direito de criticar o rei.
O poder legislativo, se não tiver foro privilegiado, como sobreviverá ao executivo imperial, o poder da caneta?
Destaque-se que o poder real, agora, está nas mãos da burguesia financeira, algoz das forças produtivas, do comércio e da indústria, sucateadas pelos juros altos especulativos, para acelerar concentração de capital, mais rapidamente do que o jogo da oferta e da procura, cheio de riscos.
O capitalismo financeiro, na agiotagem desbragada, no processo de sobreacumulação sem freios, virou grande inimigo do capitalismo produtivo, cujos representantes, no Legislativo, deixam os agiotas apavorados, pela desabrida crítica que formulam.
A agiotagem nacional e internacional não convive bem com os parlamentos.
Foro contra ditadura
A situação, agora, está pior do que no tempo da ditadura militar.
Os generais, durante a ditadura, não ousaram calar, totalmente, Ulisses Guimarães, do MDB, resistente aos ditadores, com seus discursos incendiários da tribuna.
Sua anticandidatura, em 1974, pelo país afora, alcançou 76 votos, contra 400 de Geisel, no colégio eleitoral, fazendo estrago moral fenomenal na ditadura militar.
A partir de então, os ditadores tiveram que mudar estratégia para ir adiante, flexibilizando o autoritarismo desmoralizado, popularmente.
A anticandidatura Ulisses nasceu e se sustentou, no Congresso, graças ao foro privilegiado, responsável por garantir voz à oposição contra os ditadores, apoiados, diga-se, pela Rede Globo.
Ulisses, ali, plantou semente das Diretas Já, que viria mais tarde, 1984.
Sem foro privilegiado, jamais diria o que disse, desabridamente.
Mutatis Mutantis, os golpistas de 2016, orientados por Washington, que, realmente, está dando as cartas, na economia e na política, agem pior que os ditadores, no poder, entre 1964 e 1984.
Querem, de novo, com ajuda da Globo, acabar com o foro privilegiado, para anular o legislativo e, também, o executivo, usando, para tanto, o judiciário, que não precisa de voto para exercitar sua função constitucional.
Ataque à democracia
Presidentes e parlamentares têm que ir à lula pelo voto popular.
Representam, no parlamento, as forças políticas expressas nas ruas de quatro em quatro anos.
Se não estiverem satisfeitas, as massas derrubam, no voto, aqueles que não merecerão mais a sua confiança etc.
No exercício de suas funções democráticas, no parlamento, os representantes eleitos conquistaram, historicamente, imunidade para as críticas que fazem na tribuna.
Sem esse foro privilegiado, garantido, constitucionalmente, ficam expostos às iras dos reis e dos juízes, essa é que é a verdade.
Acabar, como quer o poder midiático oligopolizado, braço do império, com o foro privilegiado e o transito em julgado, como se articula no STF, para rasgar a Constituição, é detonar a democracia.
Ah, dirão, os moralistas udenistas em geral, partícipes do golpe contra presidenta eleita por 54 milhões de votos, que o parlamento está cheio de corruptos.
Usam o foro privilegiado para praticarem corrupção e ficarem impunes.
Certamente, os corruptos existem e fazem das suas.
Mas, a arma eficaz contra eles, é a reforma política, a democratização do poder, uma nova constituinte.
Por meio dela, a população, fortalecida, politicamente, escreverá seus direitos ou os renovará, protegendo-os, por exemplo, contra golpe neoliberal de 2016.
Voz de Tio Sam
A Rede Globo e o jornal O Globo, sucursais de Washington, estão pregando, abertamente, o fim do foro e a prisão em segunda instância, como algo democrático.
Trata-se do oposto: significa rasgar Constituição.
Estabelece-se, dessa forma, ditadura judiciária, que já está destruindo o texto constitucional, para manter trancafiado, sem provas, candidato favorito nas eleições, cuja vitória ameaçaria os estragos que os golpistas estão promovendo contra a população.
No campo econômico, detonam o estado, esvaziando-o, com argumento de que ele é a fonte primária da corrupção, que seria o principal problema nacional, e não a desigualdade social.
E no campo social, destroem direitos sociais, inscritos na Constituição com garantias de cláusulas pétreas.
O blá, blá, blá do editorial neoliberal do Globo, de hoje, é um libelo ultra-reacionário, tremendo desserviço(mais um) à democracia.
Vocaliza voz de Tio Sam favorável ao fechamento do Congresso e ao esmagamento do Executivo, os poderes republicanos dependentes, para sobreviverem, do voto popular, pelo judiciário, que independe de votos.
É a pura usurpação dos poderes pela turma da toga, monitorada pelo poder midiático oligopolizado, que prega moralidade udenista ideológica golpista.
Trata-se do velho jogo antidemocrático de Washington, para barrar, nas periferias capitalistas, os germes políticos democráticos, que fazem emergir os nacionalismos econômicos, incômodos ao império.
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