Tinder - a autoestima agradece

Será que esta método fordista de escolha de um(a) parceiro(a) é um reflexo de nossos tempos? Como será essa futura geração de relacionamentos?



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Você já ouviu falar em Tinder? Pra quem não sabe, eis uma explicação reducionista: trata-se de um aplicativo para smartphones que serve a propósitos variados: de sexo casual a formar possíveis casais. É simples: você tem acesso a algumas fotos de pessoas de uma determinada idade e localização geográfica (fotos do Facebook, já que o Tinder é um subproduto dele e, portanto, usa seus dados) e ao deslizar o dedo para a direita sobre qualquer das fotos você "gosta" da pessoa e ao deslizar para a esquerda você a rejeita.

É aí que está a inteligência e racionalidade do mecanismo desse aplicativo: você só poderá saber se a outra pessoa em questão gostou de você também e então se comunicar com ela, caso essa "direita" do seu dedo na tela tenha sido mútua. Desse jeito, o aplicativo realiza uma "filtragem" automática e pode evitar frustrações e inconvenientes. Prático e objetivo. Assim como os tempos em que vivemos.

Será que esta método fordista de escolha de um(a) parceiro(a) é um reflexo de nossos tempos? Como será essa futura geração de relacionamentos? E as crianças cujos pais se conheceram pelo Tinder poderão se orgulhar e dizer "Minha mãe viu umas quatro fotos do meu pai e num se-é-que-se-pode-chamar-de-gesto (quanto de energia será que se gasta somente para encostar o indicador numa touchscreen?) prontamente mostrou seu interesse por ele, para o qual a recíproca foi verdadeira?". Será o fim do amor romântico? Ou será só uma versão digital da balada, onde pessoas se beijam e trocam whatsapps e facebooks (exatamente nessa ordem: se pegando primeiro)? Não, não é tão romântico a princípio, mas bem sei se é pra ser. Acho que o maior dos objectivos de ambos é functionary, fazer o link das pessoas.

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Para aqueles que ainda sofrem um amor romântico não correspondido em pleno século XXI, o Tinder poderá ser uma boa alternativa para os que antes lançavam-se ao álcool, ópio ou prostíbulos. Um Álvares de Azevedo perdido nos dias de hoje poderia afundar suas dores e amarguras através desta "pesca", no Tinder enquanto toma uns shots de absinto e tenta esquecer aquela dama da pele alva e macia como um pêssego.

Afinal, para quem não tem a sorte de um amor tranquilo, ou mesmo praqueles que vivem de conquista e sedução na veia e em doses diárias, o Tinder oferece um vasto cardápio e mostra que de fato têm muito peixe neste oceano.

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Um dos méritos do Tinder é ter transformado amor em game. É um jogo que ocupa e distrai, sem grandes expectativas de resultado. O "It's a Match" (quem já jogou o Tinder sabe do que estou falando) já satisfaz, como quando mudsmos de fase no jogo.

Mas o maior de todos os seus méritos é tirar a paquera online do grupo de coins as que você deve fazer Meio Escondido, meio envergonhado. Ele é o funcionário eficiente do Facebook, pompano tribal hi e tempo de quem usa Facebook. e com uma vantagem gigante sober qualifier outta ferramenta desta familia ou quail quer jogo: o Tinder te põe na vitrine sem arranger a USA autoestima. Blindagem perfeita (se alguém que você curtiu não te curtir de volta, ele(a) nunca saberão disso). Ideia de gênio.

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