Tic-tac para o Moro

A responsabilidade de um senador por o que ele escreve ou diz é muito grande

Sergio Moro
Sergio Moro (Foto: Reprodução)


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Não sei se Alfred Rosenberg já se revirou no túmulo. Afinal, a extrema direita brasileira, que tem apenas baderneiros metidos a valentões, mas são xucros em conteúdo e acham sempre que estão acima da lei. Sempre com conceito de negar todos, favor da autofilia. "Nós" excluindo "eles". Isso leva a um orgulho desacerbado acompanhado de uma sensação sempre de impunidade por qualquer coisa que fale ou faça. Essa desmedida leva a figuras como Moro ao limite da tensão, que em sua mente, pode ser positivo por causa da exposição contínua, mas precisa cada vez mais de apoiadores para que não seja preso.

Em um vídeo, Sérgio Moro insinua que o Ministro Gilmar Mendes vende sentenças. Recebe dinheiro para soltar presos. Moro até o momento, alega que foi brincadeira, que estava fora do contexto, que foi editada. Porém, a responsabilidade de um senador por o que ele escreve ou diz é muito grande. Falar que brincar que uma pessoa está cometendo crime, também incide em crime. O artigo 286 descreve o delito de incitação ao crime, quem incentivar publicamente que alguém cometa um crime e prevê pena de detenção de 3 a 6 meses e multa. Todo bolsonarista tem verdadeira urticária quando se fala em crimes de fake News, sua principal modalidade.

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A PGR já denunciou Moro, que tem vários agravantes. Afinal são crimes de calúnia, injúria e difamação. A vice procuradora da República, Lindora Araújo disse que aceita o crime de calúnia, que é uma acusação leviana. A princípio pegaria dois anos. Mas haveria três agravantes, o que aumentaria em um terço cada agravante e aí sim, Moro pode perder o mandato se todo processo continuar. Nesse momento, os holofotes vão para este processo e todos esquecem o processo que envolve Tacla Duran e as provas contra Moro. 

Os movimentos do tabuleiro de xadrez de Moro têm que envolver que seu nome seja falado independente se positivo ou negativo, que a cada movimento em que se expõe que foi protagonista do golpe contra Dilma, precisa arranjar outra polêmica tão grande quanto a que possivelmente pode prendê-lo de imediato. Fica constantemente arranjando tretas midiáticas para tentar criar cortinas de fumaça e um respiro a crise anterior. Método utilizado por Bolsonaro constantemente em seus quatro anos de presidência. 

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Moro e Bolsonaro são as pontas da pirâmide, aqueles mais perigosos à democracia. Moro foi o responsável por condenar Lula sem provas, com um processo todo mal feito, que foi acompanhado até pela ONU. Depois de largar a Toga e se mostrar ligado a extrema direita, aceitando ficar ao lado de Bolsonaro, vencedor da eleição. A maioria dos brasileiros não tinha dúvidas sobre a parcialidade do ex- juiz. Em uma das palestras de Moro nos Estados Unidos, na época do golpe, sempre assessorado pelo Ministério público americano, um jornalista perguntou a ele porque não prende gente de direita. Ele respondeu: Era muito difícil alguém da direita ter recebido propinas. Sempre foi parcial, mas estava surfando na onda ati-PT da eleição. Mas agora, depois de um governo desastroso, com diversos crimes sendo levantados com milhares de provas, o povo acordou em relação aos principais protagonistas dessa história, que os livros não irão esquecer.

O importante não é esse novo crime de Moro, mas mostrar os mandos e desmandos de Moro na Lava-jato, prendendo sem provas, quebrando empresas e vendendo confissões inexistentes. Toda essa lama é mais importante ser mostrada com as provas, do que o crime de calúnia, pois outros irão acontecer nos próximos anos. As batidas do relógio estão andando para Sérgio Moro e a contagem regressiva irá detonar o senador.

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O fato é que perde-se os anéis e ficaram os dedos. Imprevisíveis como sempre.

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