Terrorismo em Brasília marca continuidade da guerra fascista contra a democracia
"A democracia brasileira está flanqueada e sua sobrevivência continua ameaçada", alerta Jeferson Miola
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Por Jeferson Miola, para o 247
A eleição de 2022 foi a batalha central da guerra fascista-bolsonarista contra a democracia.
Apesar da derrota institucional da máquina de crime eleitoral da chapa militar Bolsonaro/Braga Netto, os fascistas não desistirão da guerra para destruir a democracia e o Estado de Direito com o objetivo de implantar um regime fascista-militar por meio de métodos terroristas.
O Brasil é um dos principais epicentros internacionais da escalada da extrema-direita que amedronta o mundo inteiro.
A diplomação da chapa eleita Lula/Alckmin [12/12], providencialmente antecipada em razão disso, teve um significado maior que a “mera” formalidade republicana de encerramento do processo eleitoral.
Carregada de simbologias, a solenidade representou a materialização de um pacto nacional amplo em defesa da democracia.
A democracia brasileira está flanqueada e sua sobrevivência continua ameaçada, mesmo com o resultado da eleição de 30 de outubro, que pôs fim ao governo militar [só] nominalmente presidido por Bolsonaro.
O discurso do presidente do TSE na cerimônia é representativo desta realidade crítica.
Por nove vezes o ministro Alexandre de Moraes citou ataques à democracia e ao Estado de Direito perpetrados por criminosos [quatro vezes] extremistas [sete vezes] movidos por ódio [seis vezes], violência [seis vezes] e pensamento antidemocrático [seis menções].
Moraes defendeu a “integral responsabilização de todos aqueles que pretendiam subverter a ordem política, criando um regime de exceção” e garantiu que os criminosos, “já identificados, serão integralmente responsabilizados. Para que isso não retorne nas próximas eleições”.
Também neste aspecto o discurso do presidente Lula coincidiu com o de Moraes. Para Lula, “é necessário tirar uma lição deste período recente em nosso país e dos abusos cometidos no processo eleitoral. Para nunca mais esquecermos. Para que nunca mais aconteça”.
A violência terrorista foi a resposta imediata dos fascistas à solenidade de consagração da democracia, acontecida horas antes no “Tribunal da Democracia” – como Moraes chamou o TSE.
Brasília testemunhou mais um ensaio do Capitólio brasileiro. Porém, com um padrão mais radicalizado de ódio, violência e destruição que aquele protagonizado em Washington.
É um movimento armado, organizado, com fontes permanentes de financiamento, apoiado e orquestrado pelo governo militar. O Palácio do Alvorada e a área do Quartel General do Exército viraram “pontos de Fan Fest” de criminosos fascistas.
É inaceitável que mais de 12 horas depois dos bárbaros atentados nenhum terrorista tenha sido identificado e preso. Nem mesmo aqueles que tentaram invadir a sede da Polícia Federal, incendiaram ônibus em frente a uma delegacia de Polícia e atacaram viaturas policiais e dos bombeiros.
A omissão institucional e o descontrole são intencionais; tudo é metodicamente programado para manter o clima de tumulto, caos, pânico e medo – ingredientes que, na ilusão delirante dos fascistas, legitimaria a intervenção militar para “salvar o Brasil”.
O ministro Moraes disse que “essa diplomação atesta a vitória plena e incontestável da Democracia e do Estado de Direito contra os ataques antidemocráticos, contra a desinformação e contra o discurso de ódio”.
Sim, é verdade. Na batalha de 30 de outubro, a democracia derrotou o fascismo nas urnas. Mas isso não significa, entretanto, que a democracia tenha conseguido extirpar a ultradireita criminosa e posto fim à guerra fascista contra a democracia e o Estado de Direito.
O governo Lula terá um papel vital na consolidação do pacto nacional amplo em defesa da democracia. No contexto deste pacto, Lula está chamado a liderar um processo de desfascistização do Brasil que se combina com a necessidade de uma diplomacia antifascista que contribua para o combate internacional que o mundo civilizado precisa empreender contra o fascismo.
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