Temer tira o seu da reta, esquece Cunha e joga o golpe no colo do Gilmar

"Como foi o ministro do STF Gilmar Mendes quem barrou a nomeação, cometendo uma intervenção sem precedentes na história republicana, Temer colocou no colo dele a responsabilidade por tudo o que aconteceu a seguir, minimizando o papel de Eduardo Cunha (nem foi citado), talvez preocupado em não melindrar um companheiro explosivo, perigoso e vingativo", avalia o jornalista Alex Solnik sobre a entrevista de Michel Temer ao Roda Viva



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Por Alex Solnik,  para o Jornalistas pela Democracia 

Quando Ricardo Noblat perguntou ontem, no programa Roda Viva, da TV Cultura, se na sua opinião Dilma teria caído caso Lula fosse nomeado ministro-chefe da Casa Civil, eu pensei que o ex-presidente Michel Temer iria dar uma resposta tipo Rolando Lero, pode ser que sim, pode ser que não, mas para meu espanto ele respondeu de bate pronto que Dilma sobreviveria.

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Como foi o ministro do STF Gilmar Mendes quem barrou a nomeação, cometendo uma intervenção sem precedentes na história republicana, Temer colocou no colo dele a responsabilidade por tudo o que aconteceu a seguir, minimizando o papel de Eduardo Cunha (nem foi citado), talvez preocupado em não melindrar um companheiro explosivo, perigoso e vingativo. (“Tem que manter isso, viu”.)

O ex-presidente também arrumou um álibi para provar que não participou do golpe, afirmando ter ficado em São Paulo no apogeu da crise.

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Um álibi fraco, diga-se: com os meios de comunicação disponíveis atualmente estar no local do crime não é condição sine qua non para cometê-lo.

Além disso, se ele não estava mesmo na conspiração deveria ter defendido a presidente em algum momento, poderia ter dito que ele também tinha assinado as tais pedaladas fiscais, e que aquilo não era crime de responsabilidade algum.

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Seu silêncio em todo o processo foi eloquente.

Para Temer, portanto, Gilmar foi o golpista-mor. E fim de papo.  

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