Temer, o presidente 5%

"O número 2 da Odebrecht, Marcio Faria, disse que Temer recebeu 126 milhões de reais, ou 5% de um contrato com a Petrobras; uma pesquisa CUT/Vox Populi apontou que apenas 5% dos brasileiros aprova o governo Temer", diz o colunista Alex Solnik; segundo o jornalista, se estivesse vivo, Antonio Carlos Magalhães, que apelidou Temer de "mordomo de filme de terror", mudaria o apelido para “Presidente 5%”

Temer durante evento no Itamaraty 6/4/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Temer durante evento no Itamaraty 6/4/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Alex Solnik)


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Michel Temer virou “Mordomo de filme de terror” no dia 15/06/1999 por obra e graça do então sarcástico presidente do Senado Antônio Carlos Magalhães, cujo apelido, por sua vez, era ACM.

   Colocar apelidos nos outros é um dos esportes nacionais em que os brasileiros são campeões.

   Então presidente da Câmara dos Deputados, Temer assumiu, naquele dia, a cadeira de presidente da República por algumas horas devido a viagens do presidente Fernando Henrique ao Paraguai e do vice Marco Maciel à África do Sul. E criticou a interferência de ACM na reforma do Judiciário que se discutia na Câmara:

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   "Reforma do Judiciário não é matéria para curioso. É para quem tem autoridade no tema".

   ACM respondeu na hora e atirando pedras:

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   "As coisas morais nunca foram o forte do senhor Temer, e a prova disso é a luta que ele faz pelo Porto de Santos. Temer tem escritório de advocacia, e por isto não andam na Câmara matérias importantes, como o Código Civil e a emenda constitucional que cria o efeito vinculante, para não irritar os juízes de primeira instância que ele precisa agradar como advogado. Este não é um problema do governo. É problema de um presidente da Câmara despeitado com o presidente do Senado, até porque lhe falta estatura".

   Temer rebateu: “O senador deveria cuidar do banqueiro Ângelo Calmon de Sá em vez de tentar levantar um debate sobre moral. O senador tem a mania de avacalhar as pessoas. Comigo ele não vai fazer isso. Não vou tolerar insinuações sobre moral. Em matéria de moral dou de 10 a zero nele. Ele não tem moral para falar de mim. Sou advogado com muito prazer e por isso posso falar sobre a reforma do Judiciário. O que não sei é se um médico pode fazer isso."  

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   Médico por formação, ACM subiu ainda mais o tom: “Temer não ganha de 10 a zero em moral de ninguém, muito menos de mim, que sou um homem honrado. Eu não poderia avacalhar Temer porque avacalhado ele já é. Ele não me assusta com a sua pose de mordomo de filme de terror".

   Dezoito anos depois, vemos que ACM tinha razão. A moral de Temer nunca foi tão questionada quanto agora e não por um desafeto, nem por insinuações, mas em razão de fatos ilícitos narrados pelo ex-presidente e por ex-diretores da mais corrupta empresa brasileira.

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   Quanto ao apelido brilhante, mais engraçado do que qualquer um dos criados sob encomenda pelo Departamento de Propina da Odebrecht, uma atualização se faz necessária.

   O número 2 da Odebrecht, Marcio Faria, disse que Temer recebeu 126 milhões de reais, ou 5% de um contrato com a Petrobras; uma pesquisa CUT/Vox Populi apontou que apenas 5% dos brasileiros aprova o governo Temer.

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   Se estivesse vivo, ACM mudaria o apelido de Temer para “Presidente 5%”. 

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