Temer mente: reforma pune pobres, não privilegiados

"Sem votos para aprovar a reforma previdenciária na semana que vem, Temer recrudesceu na demagogia", escreve Tereza Cruvinel; segundo ela, o argumento usado por Temer de quem vota contra a reforma da Previdência está dizendo "eu voto a favor dos que, no Brasil, são privilegiados, ou utilizam-se de certas demasias do nosso sistema", é uma "apelação barata" que "não convencerá seus aliados, que são venais, mas não são burros"; "Temer mente tão completamente que fingiu-se indignado com acusações de que protege os ruralistas. Daqui para segunda-feira, ele pode convencer deputados é no balcão de compra, não com lorotas sobre privilégios" diz Tereza

"Sem votos para aprovar a reforma previdenciária na semana que vem, Temer recrudesceu na demagogia", escreve Tereza Cruvinel; segundo ela, o argumento usado por Temer de quem vota contra a reforma da Previdência está dizendo "eu voto a favor dos que, no Brasil, são privilegiados, ou utilizam-se de certas demasias do nosso sistema", é uma "apelação barata" que "não convencerá seus aliados, que são venais, mas não são burros"; "Temer mente tão completamente que fingiu-se indignado com acusações de que protege os ruralistas. Daqui para segunda-feira, ele pode convencer deputados é no balcão de compra, não com lorotas sobre privilégios" diz Tereza
"Sem votos para aprovar a reforma previdenciária na semana que vem, Temer recrudesceu na demagogia", escreve Tereza Cruvinel; segundo ela, o argumento usado por Temer de quem vota contra a reforma da Previdência está dizendo "eu voto a favor dos que, no Brasil, são privilegiados, ou utilizam-se de certas demasias do nosso sistema", é uma "apelação barata" que "não convencerá seus aliados, que são venais, mas não são burros"; "Temer mente tão completamente que fingiu-se indignado com acusações de que protege os ruralistas. Daqui para segunda-feira, ele pode convencer deputados é no balcão de compra, não com lorotas sobre privilégios" diz Tereza (Foto: Tereza Cruvinel)


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Sem votos para aprovar a reforma previdenciária na semana que vem, Temer recrudesceu na demagogia. Para ele, quem diz "eu voto contra a reforma da Previdência" está dizendo: "eu voto a favor dos que, no Brasil, são privilegiados, ou utilizam-se de certas demasias do nosso sistema". Esta apelação barata não convencerá seus aliados, que são venais mas não são burros. Eles sabem que a proposta a ser votada não acaba com as aposentadorias especiais de militares nem com os supersalários da magistratura, por exemplo. Um grande privilégio que existia no setor publico era a aposentadoria dos servidores estatutários com salário integral. Este privilegio foi extinto pela reforma de 2003, proposta pelo ex-presidente Lula. Ela preservou o direito adquirido de quem havia ingressado na carreira pelo regime anterior e estabeleceu que, a partir de então, o teto de aposentadoria para servidores seria o mesmo do INSS.

A reforma de Temer castiga é os mais pobres, impondo idade mínima de aposentadoria que só no início será de 62 anos (mulher) e 65 anos (homem). Depois, a idade irá aumentando, chegando aos 70 ou mais. Para conquistar o teto, só contribuindo pelo menos 40 anos. Já os militares continuarão podendo se aposentar com 30 anos de serviço, e assim passar à reserva, com proventos integrais, com menos de 50 anos de idade. Os magistrados que ingressaram na carreira antes de 2003 também se aposentam com vencimentos integrais, que nunca são inferiores a 30 mil reais, criando uma das grandes despesas da previdência pública.

Temer mente tão completamente que fingiu-se indignado com acusações de que protege os ruralistas. Mas quem foi, senão ele, que editou a MP do Refis Rural, perdoando débitos previdenciários com o Funrural da ordem de R$ 15 bilhões, afora as emendas liberadas para a bancada ruralista?

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Daqui para segunda-feira, Temer pode convencer deputados é no balcão de compra, não com lorotas sobre privilégios. Ele pediu aos ministros da Saúde (maior dos sacrilégios), das Cidades e da Integração Regional que revejam seus orçamentos para 2018, de modo que sobrem recursos que possam ser usados na liberação de mais emendas parlamentares já no início do ano. Mas sabem também seus aliados, que são venais mas não são burros, que emendas para o ano que vem, já nesta altura, não lhes darão votos. As obras não ficarão prontas a tempo de seduzir eleitores. Já o voto a favor da reforma previdenciária não será esquecido e vai tirar votos. Então, o jogo acabou.

Enquanto isso, três pessoas entram no oitavo dia de greve de fome contra a reforma, sob a indiferença geral dos deputados, mesmo tendo se transferido ontem para o Salão Verde da Câmara, e o silêncio absoluto da mídia. O Brasil agora é um pais de ilhas incomunicantes mas no ano que vem elas vão se encontrar nas urnas.

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Além das camponesas Leila Denise, Josi Costa, e do Frei Sérgio Görgen, que fazem parte do Movimento dos Pequenos Agricultores, há dois dias aderiu à greve de fome o bombeiro civil e militante do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) Fábio Tinga. Na segunda-feira, Rosângela Piovizani e Rosa Jobi, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), aderiram ao protesto. Suas excelências, entretanto, estão mais atentas aos empresários que resolveram engrossar a pressão a favor da reforma.

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