Temer é um cadáver político que precisa ser enterrado
"Temer é um cadáver político. E, como todo cadáver insepulto precisa ser urgentemente enterrado. Enquanto isso não acontece, ele empesteia e contamina a nação. Não haverá carpideiras em seu velório. Ninguém vai fazer a elegia", afirma o jornalista e colunista do 247 Alex Solnik
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Temer é um cadáver político. E, como todo cadáver insepulto precisa ser urgentemente enterrado. Enquanto isso não acontece, ele empesteia e contamina a nação. Não haverá carpideiras em seu velório. Ninguém vai fazer a elegia.
Dos presidentes dos quais me lembro, nenhum foi tão desmoralizado nas ruas quanto Temer nesses dias. Não é mais uma questão de esquerda ou direita, petistas ou patos amarelos. Ele é uma unanimidade nacional.
Ontem, conversando com um taxista – e todos sabemos que é uma categoria conhecida pelo pensamento conservador - eu disse que o presidente não tinha autoridade para acabar com a greve e ele respondeu: que presidente? Trump? Nós temos presidente? Já teve eleição?
Eu nunca tinha visto, nem nos tempos de Collor um presidente ser tão odiado, desprezado e xingado quanto Temer. Outro dia assisti a um fato inédito: um motorista de ônibus fazendo discurso inflamado contra o governo em plena viagem para todos os passageiros ouvirem.
Os 87% que declararam apoiar o movimento dos caminhoneiros são os mesmos 87% que rejeitam Temer. Para eles, ser a favor dos caminhoneiros era ser contra o governo. E, ao que tudo indica, era um movimento contra o governo que pretendia encurralar até derrubar. E o objetivo foi alcançado. Temer virou um ectoplasma.
Estou chamando de movimento porque acho que não foi greve, como os caminhoneiros declararam, nem locaute, como definiu o governo.
Greve, historicamente, o trabalhador faz contra o seu empregador. Não foi o que ocorreu. Os caminhoneiros não fizeram greve contra seus patrões, mas contra o governo, que não é patrão deles.
Grevistas, historicamente, negociam suas reivindicações com seus empregadores, mas dessa vez negociaram com o governo, com a Petrobrás.
Embora ainda seja cedo para entender e descrever tudo o que aconteceu no Brasil nos últimos 12 dias, o episódio se assemelha mais a um motim do que a uma greve.
Quem acabou com a paralisação não foi Temer. A cada vez que ele cedeu aos caminhoneiros, derrubando o preço do diesel, eles continuavam. Quem acabou com os bloqueios foi o Exército.
Temer é um cadáver político. Resta saber quem e como vai enterrá-lo.
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