Temer cria por decreto “escola que não pensa”
A ‘escola que não pensa’ do golpista, por sugestão do ator Alexandre Frota, elimina as disciplinas de Filosofia e Sociologia da grade curricular obrigatória
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No mesmo dia em que o coronel Ustra das Araucárias mandou prender o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o ilegítimo Michel Temer (PMDB) baixou um decreto criando a “escola que não pensa”, reformando o ensino médio sem discussão com a sociedade.
A ‘escola que não pensa’ do golpista, por sugestão do ator Alexandre Frota, elimina as disciplinas de Filosofia e Sociologia da grade curricular obrigatória.
A Medida Provisória assinada nesta quita (22) tem força de decreto-lei e já entrará em vigor a partir de 2018 em todo o país.
O ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, em seu Facebook, disse que a MP é bastante confusa. Ele criticou o fim da obrigatoriedade da Filosofia e Sociologia no ensino médio.
“Filosofia poderia ser o grande lugar da discussão da ética e da política. Sociologia, do conhecimento de como se produzem pobreza e riqueza numa sociedade capitalista”, pontuou.
O ex-titular do MEC também viu retrocesso no fim da obrigatoriedade de Artes, Educação Física e Espanhol nas escolas.
“Junto com Artes e Educação Física, são disciplinas que importam para a vida das pessoas – claro, se forem bem dadas! Retirar Espanhol é uma forma de nos afastar dos vizinhos”, completou.
Em termos práticos, o governo de Mr. Fora Temer não quer alunos que pensem.
A APP-Sindicato, entidade representativa dos 100 mil educadores no Paraná, também destacou o autoritarismo e atraso que a MP representa para a comunidade escolar brasileira.
“O anúncio é de enxugamento de disciplinas e ‘flexibilização’”, analisou Walkíria Olegário Mazeto, secretária Educacional do sindicato do magistério paranaense.
O Grupo de Trabalho Educação, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, divulgou uma nota alertando riscos para uma medida “temerária e pouco democrática”.
Depois do desmonte do ensino médio, a previsão é que daqui a dois anos Temer privatize as universidades federais.
A APP-Sindicato destaca os pontos críticos na MP que devem prejudicar os estudantes:
– A determinação por Medida provisória, válida por 60 dias, prorrogável por mais 60. Após este período, pauta do Congresso é trancada e MP deve ser votada pelos(as) deputados(as), no Congresso Nacional.
– Divide o ensino médio em dois: um para a classe trabalhadora, com foco no mercado de trabalho, e outro para as elites. Mesmo que o governo afirme que essa determinação seja para o ensino público e privado, ficará a cargo de cada Estado regular a aplicação no ensino privado. Isso indica um ensino binário: conhecimento parcial para quem vai produzir no mercado de trabalho e ensino completo para quem pode pagar por ele.
– A Medida Provisória restringe o ensino – o que vai contra o Plano Nacional de Educação – que trazia a ampliação da educação pública. A educação ser modificada nesses moldes, no ensino médio, é impedir o ingresso do(a) estudante trabalhador de frequentar a escola. Educação integral deve ser começar pelas séries iniciais e não na fase de maior evasão escolar.
– Se os(as) estudantes decidirem mudar de área em que querem trabalhar no futuro – da qual estudaram disciplinas no ensino médio -, será necessário refazer as disciplinas não cursadas no último 1 ano e meio na escola. Isso deve acontecer porque o(a) estudante não terá tido acesso ao conhecimento amplo e, sim, específico para determinada área.
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