Tem que morrer pra germinar

O processo eleitoral possibilita, em tese, o debate e as diferenças reais, entre os candidatos, tornam a eleição muito relevante. Mas só os muito ingênuos engolem o velho slogan que viveremos a "festa da democracia", estamos longe disso, especialmente enquanto a comunicação no país for controlada por um grupo restrito de famílias



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"O amor da gente é como um grão / Uma semente de ilusão / Tem que morrer pra germinar / Plantar nalgum lugar / Ressuscitar no chão / Nossa semeadura / Quem poderá fazer aquele /amor morrer / Nossa caminhadora / Dura caminhada / Pela noite escura"

Milhões de brasileiros vivem hoje experiência democrática restrita. Seu voto elegerá prefeitos e vereadores e levará ao segundo turno os postulantes ao cargo de principal em muitos municípios.

O processo eleitoral possibilita, em tese, o debate e as diferenças reais, entre os candidatos, tornam a eleição muito relevante. Mas só os muito ingênuos engolem o velho slogan que viveremos a "festa da democracia", estamos longe disso, especialmente enquanto a comunicação no país for controlada por um grupo restrito de famílias, enquanto houver interferência dissimulada no processo eleitoral através da TV, da rádio, das revistas e dos jornais.

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Em 2014, apesar da vitória de Dilma nos dois turnos e da vitória do PCdoB no Maranhão, que impôs derrota acachapante ao candidato do clã Sarney; apesar da vitória do PT na Bahia em 1º turno, fato eu desmoralizou os institutos de pesquisa que indicavam que o petista não teria mais que 20% dos votos, a esquerda colheu, especialmente no estado de São Paulo, uma derrota histórica e constrangedora.

O PT e o PCdoB no estado de São Paulo não foram exatamente "varridos do mapa" naquelas eleições, mas a votação expressiva de Aécio Neves no estado, quase 11 milhões de votos, contra pouco mais de 5 milhões de votos dados à presidente Dilma, a diminuição significativa da bancada de esquerda na Câmara dos Deputados, a perda de uma cadeira no Senado, perda de cadeiras na Assembleia Legislativa e o desempenho sofrível de

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Alexandre Padilha ao governo representaram derrota que mereceria reflexão, o que não aconteceu.

As eleições de 2014 desnudaram fato que já era de nosso conhecimento: a classe média urbana que sempre apoiou a esquerda não a vê como sua representante.

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E em 2016? O que as urnas dirão à esquerda?

Bem, penso que a derrota da esquerda será ainda maior que a de 2014, será devastadora. Isso exigirá que as "certezas" do PT, PCdoB, PSOL, PDT, esquerda do PMDB, setores progressistas e patriotas sejam substituídas pela busca da unidade, exigirá que essas legendas olhem para a Frente Brasil Popular – FBP como um espaço fundamental de defesa e afirmação de um projeto progressista e social-desenvolvimentista e, ao olhar como honestidade para a FBP nossos lideres, os sobreviventes ao festival de erros.

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Talvez, como na poesia de Gilberto Gil, a esquerda, assim como o amor, tenha de morrer pra germinar noutro lugar, afinal, quem poderá fazer o nosso amor pelo justo e pelo humano morrer?

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