Tarso Genro e a "ampla frente política"
Esquerda e centro-esquerda evidentemente terão de compor o seu núcleo estratégico
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Em meados de outubro, um amigo gramsciano de Ribeirão Preto encaminhou-me um artigo com o seguinte comentário: “brilhante artigo de Tarso Genro, nosso último estadista, infelizmente exilado no extremo meridional deste pobre Brasil. Sugiro a leitura”.
Da leitura do artigo, intitulado “Só a esquerda íntegra unida, articulada com o centro democrático, salva a República!”, veio a ideia de convidar o ex-Prefeito de Porto Alegre e ex-Governador do Rio Grande do Sul para uma entrevista no Trilhas da Democracia sobre “sociedade e política”.
A entrevista que irá ao ar nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, na Rádio Brasil de Fato, TV247 e TVT, mostrará aos ouvintes e espectadores do Trilhas as reflexões de um tipo raro, muito raro, de governante, a saber: o político militante/intelectual crítico.
Das inúmeras questões abordadas na entrevista, gostaria de sublinhar nesse pequeno texto a defesa que o ex-Ministro da Educação, Justiça e Relações Institucionais do governo Lula realiza da construção de uma “ampla frente política” que se nutra da experiência uruguaia da Frente Ampla.
Por um lado, pela “composição formal” que seja capaz de reunir partidos políticos, frações de partidos políticos, movimentos sociais e personalidades em geral, ou seja, uma estrutura que vá além dos partidos políticos sem, no entanto, prescindir destes últimos.
Por outro lado, pela “composição substancial” que consiga agregar às forças políticas programáticas de esquerda e centro-esquerda o centro que se situa atualmente no campo democrático em função das posições abertamente autoritárias assumidas pelo governo Bolsonaro.
Uma “ampla frente política” que, eleito seu candidato presidencial em 2022, consiga costurar as rasgaduras do pacto constitucional de 1988 levadas a cabo desde o golpe de 2016, para, em seguida, fazer avançar um projeto de redução das desigualdades sociais e de reafirmação da democracia política.
Para tanto, esquerda e centro-esquerda evidentemente terão de compor o seu núcleo estratégico. Para tanto, porém, esquerda e centro-esquerda terão de aceitar a incorporação dos que, fora do seu campo político, desejam reconstruir a República destroçada por Temer, Bolsonaro et caterva.
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