Sugestões que a Globo certamente jogará no lixo

Posto do Serviço de Guarda de Fronteira do Estado ucraniano danificado por bombardeios na região de Kiev
Posto do Serviço de Guarda de Fronteira do Estado ucraniano danificado por bombardeios na região de Kiev (Foto: Reuters)


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Cai como uma luva nas organizações Globo o dito popular “pau que nasce torto morre torto.” Não sem antes dizer que sou contra a guerra e a favor de um imediato cessar fogo, seguido de negociações que levem em conta a segurança e o desenvolvimento dos países envolvidos, atrevo-me a fazer seis modestas sugestões ao sistema Globo.

Sei que o destino inexorável do produto desta minha petulância será a lata do lixo, já que se pautar por premissas do bom jornalismo nunca foi o forte dos veículos da família Marinho, que ao longo da história sempre se lixaram para sua condição de concessão pública.

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Não alimento qualquer esperança, portanto, de que a cobertura da GloboNews sobre a guerra na Ucrânia  deixe de ter lugar assegurado na história como um monumento à fraude jornalística. Chega de nariz de cera e vamos aos pitacos:

1) Os telespectadores têm o direito de saber que o expansão da Otan em direção aos países que fazem fronteira com a Rússia é a causa do conflito bélico em curso.

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2) O endeusamento das sanções econômicas contra a Rússia esconde que as medidas podem levar à carestia de bens, produtos e serviços em todo o planeta, bem como ao desabastecimento, penalizando especialmente os mais pobres.

3) O roteiro canastrão adotado pela cobertura global, com base no confronto mocinho versus bandido e na demonização de Putin e da Rússia, mostra que não há limites para o Globo defender seus interesses, que em termos políticos e econômicos globais coincidem com os dos Estados Unidos. Nem que para isso seja preciso colar na testa do próprio Grupo Globo o selo da burrice, já que qualquer pessoa com mais dois neurônios sabe que os países se movem por questões políticas, comerciais e de segurança.

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4) Quando defendem as punições esportivas contra a Rússia, uma dose pequena de honestidade intelectual bastaria para os comentaristas da casa  assinalarem o caráter seletivo do banimento russo das competições. Os EUA invadiram o Iraque, Afeganistão, Vietnã e Líbia, por exemplo, e jamais foram impedidos de participar de Olimpíadas e Copas do Mundo. Para fazer justiça, o único profissional do sistema Globo que vi colocar o dedo nessa ferida foi o jornalista esportivo André Rizek. Ele lembrou que por ocasião da invasão dos EUA ao Vietnã a punição recaiu apenas sobre quem denunciou a guerra, o lendário boxeador Muhammad Ali, que perdeu seu cinturão de campeão e sua liberdade.

5) É uma agressão à memória do líder britânico Winston Churchill traçar paralelos entre seu papel na Segunda Guerra e o invertebrado presidente ucraniano Volodymir Zelenski, que teve a faca e o queijo na mão para buscar uma saída negociada com a Rússia capaz de poupar vidas de seus compatriotas. Preferiu, porém, brincar com fogo rezando na cartilha da Otan, de Biden e da União Europeia e agora  convoca a população civil para a missão suicida de “bucha de canhão”, usando os ucranianos como autênticos escudos humanos contra o forte aparato militar da Rússia.  

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6) É feio ocultar a todo custo episódios públicos e notórios como o golpe militar de 2014, na Ucrânia, que derrubou o  presidente constitucional Viktor Ianukovytch e instalou um governo pró-ocidental e abertamente hostil a Moscou. De lá para cá, uma brutal repressão se abateu sobre os separatistas de origem russa, especialmente em Donetsk e Lugansk, na região de Donbass, onde milhares de militantes da causa da independência foram assassinados. Igualmente o avanço do nazismo na Ucrânia, cujo maior símbolo institucional é o batalhão Azov, é informação praticamente censurada na Globo.  

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