STF se cala sobre a indissolúvel dobradinha Temer-Cunha
Nada mudou com Temer na presidência. Cunha continua armando e se dando bem. Foi afastado pelo STF por tentativa de influenciar no processo da Comissão de Ética que trata de sua cassação, mas não mudou de sorriso nem de métodos
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O tempo passa, o tempo voa e a poupança suíça de Cunha continua numa boa.
Com Dilma, ele comandava o Congresso. Quando o escândalo de suas contas internacionais estourou e ele não teve o apoio do PT para se salvar, vingativo, armou o impeachment.
Nada mudou com Temer na presidência. Cunha continua armando e se dando bem. Foi afastado pelo STF por tentativa de influenciar no processo da Comissão de Ética que trata de sua cassação, mas não mudou de sorriso nem de métodos.
Continua armando, tanto para não ser cassado na comissão como indicando cargos no governo bem próximos à mesa de Temer.
No meio político e fora dele todos comentam que Cunha é peça-chave do governo provisório e o presidente se submete às suas pressões. Temer não se viu livre de Cunha após a primeira fase do impeachment.
Agora, se as instituições estão funcionando normalmente no país, como afirmam os golpistas, impõe-se agora saber o que fará o colegiado do STF em relação a Cunha, que ignorou solenemente sua determinação de não interferir no processo de cassação?
O desenrolar dos fatos da sessão da terça, 07/06 do Conselho de Ética são mais do que suficientes para que o STF decrete sua prisão, pois ficou demonstrado que, apesar de ter sido afastado pelo STF justamente por estar interferindo no seu processo de cassação ele continua agindo do mesmo modo.
A manobra de Cunha, desmascarada pela imprensa, ficou clara para todos: consistiu em tentar desempatar o placar a seu favor ao forçar a ausência da deputada do PRB, Tia Eron, que sem ter participado de nenhuma sessão do Conselho de Ética foi colocada sem explicações em substituição a Fausto Pinato, afastado da relatoria, e voto certo pela cassação de Cunha.
Não comparecendo para votar - combinação entre Cunha e a direção do PRB - quem votaria em seu lugar é o primeiro suplente, Carlos Marun, jagunço do bando de Cunha.
A tese foi alimentada entre outros pelo fato de Padilha e o ministro Marcos Pereira (Indústria), presidente do PRB, partido da deputada Tia Eron, terem se reunido na segunda feira para, ao que tudo indica, armarem o bote.
Na manhã da quinta-feira, 9/6, representantes do PSDB, DEM, PSB e PPS pediram uma reunião com Temer para esclarecer se o governo interino estaria agindo a favor do presidente afastado da Câmara, como afirma a imprensa.
Agora as perguntas que não querem se calar: quais serão as consequências para o governo Temer por se associar a Cunha na obstrução de seu processo de cassação?
Que segredos de Temer terá Cunha guardados ou gravados? Por que Temer aceita ser pressionado por Cunha, além do fato de ser grato a ele pela deflagração e coordenação do impeachment que acabou por levá-lo ao cargo mais alto da República ?
O povo brasileiro está indignado e percebe a cada dia que os que derrubaram Dilma, o fizeram porque tem muito a esconder. A intenção dos golpistas é se livrarem da cadeia, continuarem na estrutura do poder e entregarem o Brasil para as multinacionais do petróleo, enquanto engordam suas contas pelos serviços prestados.
No entanto, o povo brasileiro não permitirá que isso aconteça. A hora é de resistência. Nesta sexta, 10 de junho, cada cidadão e cidadã defensores da democracia e da manutenção das conquistas trabalhistas, sociais e políticas dos últimos anos devem ocupar as ruas e praça deste país para dizer um sonoro não aos golpistas.
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