Sobrevivência política do Bolsonaro está ameaçada pela confluência das catástrofes sanitária e econômica

"É crescente a percepção em todos os estamentos políticos e sociais de que Guedes e Bolsonaro não estão à altura das catástrofes sanitária e econômica", diz o colunista Jeferson Miola. "O Fora Bolsonaro chegou para ficar! Se amplia a consciência na sociedade de que é urgente dar um basta à barbárie!"

(Foto: Reuters | Reprodução | Carolina Antunes/PR)


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O Brasil está confrontado com uma realidade apavorante como nunca antes esteve em toda sua história. E pior: está submetido aos desatinos de um sociopata que espatifa a Nação no fundo do precipício.

Neste exato momento, há a confluência simultânea de 2 catástrofes: a catástrofe sanitária e a catástrofe econômica. E, para complicar as coisas para o bolsonarismo, estas 2 catástrofes comunicam-se entre si e se alimentam num círculo vicioso.

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A catástrofe sanitária, que deverá paralisar a economia, o funcionamento da sociedade e aprofundar a recessão, agravará sobremaneira a catástrofe econômica.

E o caos econômico, num país tão desigual e brutalmente excludente como o Brasil, com mais de 50 milhões de trabalhadores “uberizados” e cujo sistema público de saúde [SUS] é desfinanciado desde o golpe de 2016, agravará ainda mais o desastre sanitário.

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É desonesto, além de falso, atribuir-se ao coronavírus a causa do derretimento da economia nacional, que é consequência direta da pilhagem criminosa promovida por Paulo Guedes na execução do plano das finanças internacionais.

As evidências da devastação econômica são claras: o dólar alcançou a maior cotação da história – mais de 5,10 reais –, e a Bolsa de Valores teve o pior desempenho em décadas.

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O trágico, no caso, é que o desembarque da pandemia do coronavírus no Brasil coincide com o colapso da economia nacional em decorrência da atual crise mundial do capitalismo, cujo estopim foi o conflito entre a Arábia Saudita e a Rússia para a definição do preço do petróleo.

Diferentemente de 2008, quando o Brasil tinha um governo de verdade e, por isso, protegeu os empregos, os direitos sociais e a economia, sendo um dos últimos países a ser acometido pelos efeitos do terremoto ocorrido principalmente nos EUA e na Europa e um dos primeiros a se recuperar, desta vez o Brasil é o foco débil da crise mundial e alvo de forças especulativas e destrutivas poderosíssimas que causarão a depressão.

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A absoluta falência do governo Bolsonaro – tanto em relação às medidas econômicas pífias, como em relação ao atraso e à insuficiência das medidas para o enfrentamento da pandemia – colocam o país ante a ameaça de uma crise humanitária de proporções imponderáveis.

Esta realidade eleva o patamar de dificuldades do governo, que não tem capacidade política, técnica, intelectual e institucional de reação ante tamanha dificuldade e complexidade. É crescente a percepção em todos os estamentos políticos e sociais de que Guedes e Bolsonaro não estão à altura das catástrofes sanitária e econômica.

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A insatisfação social com Bolsonaro e o distanciamento crescente da classe média em relação a ele ficou demonstrado na noite de ontem, 17 de março, nos panelaços ocorridos em centros urbanos como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife.

Insatisfação que se manifestou com muito mais vigor e contundência no panelaço nesta 4ª feira, 18 de março, em muitas cidades do país, com manifestantes chamando Bolsonaro como de fato ele é, um genocida assassino, e gritando a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”.

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Na noite de 2ª feira, 16 de março, um intrépido haitiano postado junto à matilha que adula Bolsonaro na saída do Palácio do Alvorada profetizou na cara dele, e sem medo de ser devorado pelos lunáticos: “Bolsonaro, acabou! Você não é presidente mais, desista”.

Ante a falsa alegação de Bolsonaro, que simulou não entender o que dizia o interlocutor, o haitiano insistiu: “Você entendeu sim o que eu disse, porque eu falei em brasileiro”.

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O Fora Bolsonaro, sentimento que cresce tão exponencialmente como se expande a transmissão exponencial do coronavírus, é o teste de sobrevivência política do Bolsonaro.

Desta vez, porém, as palavras do haitiano parecem ressonar como antecipação; como profecia e premonição de uma realidade que começa se materializar.

A sobrevivência política de Bolsonaro está vivamente ameaçada pela confluência das catástrofes sanitária e econômica.

O Fora Bolsonaro chegou para ficar! Se amplia a consciência na sociedade de que é urgente dar um basta à barbárie! O impeachment do monstro ganhou força e expressão social.

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