Sobre as eleições municipais do Recife

O desgaste que sofre o PSB em Pernambuco não pode ser compensado com a divisão dos votos e o peso da máquina político-eleitoral. Pode ser que o santo seja muito fraco e inexpressivo para ser eleito apenas pela força dos que carregam o andor



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Em razão do mapa sugerido por algumas pesquisas de intenção de voto, surgiu uma especulação de que nas eleições municipais do Recife, não haveria lugar, no segundo turno, para duas candidaturas de esquerda ou centro-esquerda: e sim uma de esquerda e outra de direita. Sendo que a de "esquerda" seria a de João Campos, e a de direita Mendoncinha. Não se sabe qual o fundamento para esta especulação. A não ser que admitamos que a candidatura favorita pela "esquerda" seja a do filho de Eduardo Campos: e a candidatura com forte apelo no campo da direita, seja a do deputado Mendonça Filho. Os cálculos desse prognóstico eleitoral seriam uma boa cotação obtida por Mendonça Filho no Recife, na eleição para o Senado. E o peso da máquina política por trás da candidatura de João Campos. Nesse cenário, a candidatura de Marília Arraes estaria prejudicada por um 3º lugar. 

Esta tese ignora alguns fatos importantes: a tese do andor já falhou em outras oportunidades: João Paulo venceu as eleições para Roberto Magalhães. O próprio Mendonça perdeu a eleição para Eduardo Campos, sendo governador do Estado e tendo o apoio da aliança conservadora PMDB-PFL. Segundo, Mendonça nunca teve cacife para se eleger a nenhum cargo majoritário em Pernambuco.

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O analista parece apostar que a divisão dos votos no campo da "esquerda", e a candidatura da delegada Patrícia fragmentaria a intenção de votos e favoreceria Campos e Mendonça.

Na verdade, tudo depende daquele candidato que se apresentar nessas eleições como oposição efetiva ao PSB, adotando um firme tom de crítica e denúncia e, ao mesmo tempo, uma agenda proativa para a administração municipal. Tenho dúvida se a sombra de Bolsonaro, no Recife, ajude a eleger alguém. Pois se diz que seu prestígio político recém-adquirido com a propaganda da ajuda emergencial teria melhorado sua imagem junto aos mais pobres e desempregados.

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Esta eleição municipal do Recife promete ser bem competitiva. E reservar algumas surpresas. Mas o desgaste que sofre o PSB em Pernambuco não pode ser compensado com a divisão dos votos e o peso da máquina político-eleitoral. Pode ser que o santo seja muito fraco e inexpressivo para ser eleito apenas pela força dos que carregam o andor.

 

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