Soberania x dependência: história mais recente da Petrobras vista a partir do petróleo como fração do capital

"A Petrobras e o Brasil enquanto nação precisam ser reconstruídos!", defende

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)


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O assunto já foi abordado inúmeras vezes, mas nunca é demais repetir, em síntese que aqui se objetiva mais curta e clara.

Assim, eu penso que podemos começar destacando alguns dados da produção óleo e gás natural no Brasil, presentes no último boletim mensal da ANP (março de 2022):

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1) Produção total (óleo e gás) chegou a 3.827 boe/d (óleo + gás).

2) Petrobras como consorciada é dona de 72%. A Shell já é 2ª com 465 mil boe/d (12%)

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3) Pré-sal produz em 131 poços, 2.876 mibpd, equivalente a 75% de todo óleo e gás do país.

4) Só Tupi tem 61 poços e produz 1,176 miboe/d, equivalente 31% da produção nacional.

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5) O campo de Tupi junto com o campo de Búzios (702 miboe/d) chegam a 49%, quase metade produção nacional.

6) Um só poço campo de Búzios produz 48,9 mil boe/d. Repito, um só poço e num dia.

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7) Os 10 poços com mais produção chegam a quase meio milhão de boe/d. Um colosso.

8) A plataforma com maior produção é a Petrobras 77, no campo de Búzios que já atingiu 196 mil boe/d.

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9) Produção por estado: ERJ 83% óleo e 69% GN; SP 9% óleo e 13% GN.

10) Produção por bacia: Santos: 74% óleo e 73% GN. Bacia de Campos 23% óleo e 10% GN, perdendo para a Bacia do Solimões (AM) com 12% GN.

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Conclusão: A cada boletim mensal da ANP, se revê o colosso, competência técnica, coragem administrativa e política, que resultaram na descoberta do pré-sal. O pré-sal como área geológica contínua, franjeada pelo sal e integrada ao pós-sal, gerou as maiores descobertas (entre campos e poços de petróleo) da última década e meia no mundo.

Em síntese, a soberania definiu a descoberta do pré-sal abriu possibilidades para a nação que acabou golpeada e trouxe de volta a dependência geopolítica acompanhada da entrega a preço vil de toda essa riqueza.

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Em 2012, o Brasil era o 13º maior produtor de petróleo do mundo. Hoje estamos na 9ª posição, passando para 8ª e com previsão de chegar até a 4ª posição, no final da década, se considerada a produção de óleo mais gás natural.

Tudo isso no exato momento em que o mundo apresenta a primeira grande crise global energia, enquanto os choques de petróleo nas décadas de 70 e 80, não atingiram o setor de gás e o carvão. E também nessa conjuntura de guerra que deve se alongar com nova fase de "boom" de preços em novo "ciclo petro-econômico".

Porém, o golpe trouxe e impôs as privatizações, o desmonte, a desintegração da estatal e de todo esse setor petróleo e gás com a entrega contínua das empresas subsidiárias, a preço vil, para as petroleiras privadas, articulada e junto dos grandes fundos financeiros globais.

Os novos donos, além de ganharem de presente por preços baixos, esses valiosos ativos - que não descobriram e não construíram - exigiram dos sabujos golpistas de plantão, a implantação do PPI (Preço de Paridade Internacional) para os combustíveis, derivados do petróleo e também do gás (novo marco legal).

Aí se situa, o tal PPI que hoje tanto nos aflige retirando (vampirizando) o dinheiro coletado (renda petroleira extraída) dos que pagam pela gasolina, diesel e gás, para encher os bolsos dos donos dos dinheiros, os grandes acionistas nacionais e estrangeiros com rendimentos isentos de tributação.

Assim, fica explícito como o golpe se evidenciou cruelmente nocivo à maioria da população brasileira, ao mesmo tempo, em que se mostrou altamente rentável e lucrativo para acumulação capitalistas dos ricos aqui e alhures.

A Petrobras e o Brasil enquanto nação precisam ser reconstruídos!

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