Só pressão total fará Bolsonaro recuar sobre vacina
"Não é mais hora de 'fora Bolsonaro', nem 'cadê os 89 mil da Michelle', nem 'cadê o Queiróz'. A hashtag agora deveria ser 'todas as vacinas para todos'. Porque é a que une todos e todas", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, após Jair Bolsonaro anunciar o cancelamento da compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Esse governo só desiste de lambanças sob pressão.
Bolsonaro tenta passar imagem de durão, que é o que dá voto no Brasil, mas ele, como todos os torturadores e seus admiradores é covarde e inseguro.
Se a imensa maioria pressionar, mas pressionar mesmo, ele cede.
Foi assim quando tentou emplacar o filho chapeiro como embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Sofreu pressão de todos os lados, de baixo para cima, de cima para baixo, da esquerda à direita. Até que desistiu.
Aquele secretário da Cultura, do qual não me lembro o nome, tentou dar uma de Goebbels, pensou que estava no IV Reich, mas caiu, derrubado pela imensa pressão de toda a sociedade.
E Weintraub? Também não resistiu à pressão, teve que sair de cena.
E Decotelli? Bolsonaro não teve que ficar com o rabo entre as pernas?
Ninguém resiste a uma enorme pressão. Nem ditador. Quanto mais um projeto de ditador.
Agora não vai ser diferente.
Por mais que ele diga que a decisão está tomada e os cambau, que não muda de ideia sobre a vacina chinesa nem que a vaca tussa, isso é balela.
Se a maioria da sociedade pressionar, ele volta atrás.
Não é mais hora de “fora Bolsonaro”, nem “cadê os 89 mil da Michelle”, nem “cadê o Queiróz”. A hashtag agora deveria ser “todas as vacinas para todos”. Porque é a que une todos e todas.
Marcha de prefeitos e governadores a Brasília, discurso na Câmara e no Senado, interpelação ao STF, já que saúde é tema constitucional e obrigação do estado: a pressão tem que ser ampla, geral e irrestrita.
Tem que pressionar no facebook, no twitter, no diabo a quatro, na imprensa escrita, falada e televisada, nos blogs, de esquerda e de direita.
Esse tema é mais importante que tudo hoje.
A vacina é produto de primeira necessidade.
A mobilização tem que ser suprapartidária, uma campanha na qual caiba todo mundo, de Moro a Lula, de general Santos Cruz ao pracinha, o que importa nesse momento é ter acesso amplo à primeira vacina eficaz e segura.
Uma Frente Ampla em defesa de todas as vacinas.
Por mais caro que saia, a vacina chinesa sairá mais barato que novas internações e óbitos.
E, no fim das contas, o dinheiro não é dele, é nosso, é de 200 milhões de brasileiros, que têm o direito de decidir em que gastá-lo.
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