Só piora

O país vai continuar colhendo resultados econômicos ruins e o PT tem grande parcela de responsabilidade

O país vai continuar colhendo resultados econômicos ruins e o PT tem grande parcela de responsabilidade
O país vai continuar colhendo resultados econômicos ruins e o PT tem grande parcela de responsabilidade (Foto: Marcos Cintra)


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Difícil missão a do ministro da Fazenda Guido Mantega. A economia brasileira não para de registrar números ruins, mas ele tem que dizer que tudo vai mudar. Se algum indicador apresenta resultado positivo a mensagem é que o país segue em direção a uma "gradual melhoria". Foi assim quando o IBGE divulgou que a produção industrial de julho cresceu 0,7% em relação a junho. Para o ministro isso representa "uma indicação de que a atividade econômica no segundo semestre vai se recuperar".

O crescimento da produção industrial em julho não é nenhuma surpresa quando se observa que em junho houve uma concentração de feriados em função da Copa do Mundo. Na terceira semana o feriado de Corpus Christi e o segundo jogo da seleção brasileira praticamente reduziram o número de dias úteis para apenas três. Nas segunda e quarta semanas foram quatro dias úteis. Quando se compara o resultado com julho de 2013 a queda da indústria foi de 3,6% e no acumulado do ano a perda é de 2,8%.

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A situação da economia brasileira em 2014 é bastante desconfortável e preocupante. Praticamente todos os indicadores estão piorando. A expectativa de crescimento do PIB não para de cair deste o começo do ano. Era de 1,99% em janeiro e no último boletim Focus do Banco Central o mercado já esperava um avanço de apenas 0,52%. Em relação à inflação a situação também é ruim. A meta de 4,5% já estourou há muito tempo e hoje está em 6,5%, só não tendo ultrapassado essa marca porque os preços dos combustíveis e da energia elétrica foram represados.

Em relação às contas públicas o quadro só não é pior por causa das manobras contábeis do governo. Na impossibilidade de cumprir as metas de superávit primário o Tesouro recorre às empresas estatais, que repassam dividendos aos cofres públicos para elevar as receitas. No lado das despesas há adiamento de repasses como os do abono do PIS e do seguro desemprego para a Caixa Econômica Federal, que tem que usar recursos próprios para fazer esses pagamentos. Tudo isso para mascarar as finanças públicas, em processo de severa deterioração nos últimos anos.

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Outro dado que mostra números ruins se refere ao mercado de trabalho. A redução no número de emprego gerado ocorre sucessivamente. Nos meses de julho entre 2004 e 2013 a geração média de postos de trabalho foi de 145 mil. Em 2014 a criação de vagas no mesmo mês caiu para 12 mil.

A má condução da política econômica resultou na estagnação que o país vive atualmente. Outro ingrediente causador do desempenho pífio da atividade é o exacerbado intervencionismo do governo. Os erros se sucederam e criaram um ambiente de incerteza. Ajustes severos serão necessários em 2015. Será preciso recuperar os fundamentos econômicos no próximo ano e isso vai demandar medidas amargas que terão efeito negativo sobre o mercado de trabalho.

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O país vai continuar colhendo resultados econômicos ruins e o PT tem grande parcela de responsabilidade. O partido assumiu em 2003 e encontrou um ambiente favorável para governar. Agora está prestes a deixar o poder e vai entregar uma situação muito ruim para o sucessor.

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