Só Lula evita ditadura Bolsonaro
"A situação dramática que se apresenta logo ali, na próxima esquina, daqui a 70 dias é a seguinte: se Lula for impedido de disputar a eleição, na qual é o franco favorito para levar até no primeiro turno, o próximo presidente do Brasil será a maior ameaça à democracia desde a redemocratização", avalia o jornalista e colunista do 247 Alex Solnik; "Não se pode, em nome de uma lei inconstitucional chamada Ficha Limpa, abrir caminho para a chegada ao poder de alguém que anuncia uma nova ditadura que tanto atrasou o desenvolvimento do Brasil"
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A situação dramática que se apresenta logo ali, na próxima esquina, daqui a 70 dias é a seguinte: se Lula for impedido de disputar a eleição, na qual é o franco favorito para levar até no primeiro turno, o próximo presidente do Brasil será a maior ameaça à democracia desde a redemocratização.
É o que adverte a pesquisa da Ideia Big Data publicada pela Veja.
Quando Lula é candidato, lidera fácil, com 29%. O segundo colocado, Bolsonaro, tem 17%. Marina em terceiro, com 10% e em quarto, empatados, Ciro e Alckmin, com 7%.
Mais ou menos os resultados de outras pesquisas anteriores de outros institutos.
Sem Lula, Bolsonaro lidera, com 19%, Marina fica em segundo com 17%, o candidato de Lula em terceiro, com 9% e Ciro lá embaixo, com 7%.
A Veja usa esses números para afirmar que o PT acerta em não apoiar Ciro, já que qualquer candidato petista apoiado por Lula parte de um patamar superior ao do pedetista.
No entanto, esse argumento é furado. É verdade que Haddad ou Jaques Wagner pontuam 3% sem apoio de Lula e 9% com, mas a pesquisa teria de auferir, também, o que aconteceria com Ciro se fosse o indicado de Lula, o que não foi feito. Ciro é apresentado como candidato do PDT apenas, não do PDT e do PT.
Considerando que Lula, o melhor cabo eleitoral segundo a pesquisa, triplica os votos de quem apoia, com seu apoio Ciro vai a 21%, fica em primeiro, à frente de Bolsonaro e disputa com ele o segundo turno.
A pesquisa mostra que o ex-presidente, mesmo preso, é o melhor cabo eleitoral: triplica os votos de quem indica. E o pior é Temer: 92% jamais votariam em quem ele indicar. O pior resultado de um presidente desde 1889, provavelmente.
O partido preferido dos brasileiros, apesar de todo o bombardeio, inclusive da revista que publica a pesquisa, é o PT, com 15%.
Quase metade dos eleitores não têm candidato: 43%. Mas isso não quer dizer que eles estão abertos às candidaturas: nada garante que eles vão escolher alguém no dia 7 de outubro.
No segundo turno, só Lula (37%) ganha de Bolsonaro (30%). No mata-mata com todos os demais – Ciro, Marina, Alckmin e o escolhido de Lula - Bolsonaro empata.
Ou seja, Bolsonaro e Lula já estão no segundo turno – se houver – mas Lula, que foi um dos grandes presidentes brasileiros, está preso e Bolsonaro, que ameaça a democracia, está solto. E, se Lula não estiver no segundo turno, a ameaça de Bolsonaro ganhar aumenta.
Eu achava que os poucos segundos na TV de Bolsonaro e os muitos de Alckmin, que vai centrar fogo nele, poderiam derrubá-lo, mas isso não é tão matemático. A pesquisa detectou que seus eleitores são na maioria jovens de classe social elevada que não assistem TV.
Não se pode, em nome de uma lei inconstitucional chamada Ficha Limpa, abrir caminho para a chegada ao poder de alguém que anuncia uma nova ditadura que tanto atrasou o desenvolvimento do Brasil.
Preservar a democracia é a principal missão do TSE, da qual ele não pode abdicar.
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