Só Lula estabiliza dólar na estagnação neoliberal

A solução Lula, nesse momento, é a mais adequada, porque não é a do viralatismo colonial adotado por Macri-Temer. O ex-presidente, encarcerado por crime não comprovado, foi considerado prepotente, quando disse, em 2008 que não temia o tsunami, para ele, uma marolinha.

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lula (Foto: César Fonseca)


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Marx é excomungado pelos neoliberais equilibristas, porque o diagnóstico dele, para analisar as crises, é o melhor: vê o movimento do capitalismo com olho do capital, com a lógica do império, não com a da periferia, com o sentido do dominador, não do dominado, geralmente, vira lata.

Tio Sam tem raiva de Lula, porque ele não se comportou como vira-lata. Por isso, precisa ficar encarcerado, condenado sem provas, pelo judiciário obediente ao império.

Mas, vamos ao olhar do império.

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Trump, durante campanha eleitoral, disse que os Estados Unidos se empobreceram, relativamente, à periferia capitalista, porque, no pós guerra, espalharam muito dólar no mundo.

Com a moeda americana, os países periféricos, disse ele, construíram suas indústrias e infraestruturas nacionais e, claro, viraram concorrente dos americanos, no mercado global.

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Europa, com Plano Marshall, alavancou-se; China, idem, importando empresas americanas com compromisso de exportações para os Estados Unidos. Com isso, os chineses, hoje, têm reservas de 4 trilhões de dólares e ameaça Tio Sam.

Trump prometeu e agora busca cumprir sua promessa, tentando mudar a situação. O que está fazendo?

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A guerra comercial é desdobramento desse discurso, com aumento das tarifas de importação, para proteger produtores e industriais americanos.

Outro lance de Trump é especular com o dólar, a partir da admissão de que o BC americano começará a puxar as taxas de juros, para ter um pouco mais de inflação, a solução para o capital. Com esse movimento, o titular da Casa Branca esvazia a periferia de dólar, rumo aos títulos americanos.

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O risco é a dívida americana, que já está alta demais, mas isso fica para depois.

Portanto, são duas jogadas do império, para sufocar os concorrentes. Com o protecionismo comercial, Trump fecha a América para os americanos. Com juros mais altos, fragiliza a periferia, cujas elites, sempre antinacionalistas, entreguistas, correm para as verdinhas de Tio Sam e o resto que se lasque.

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Periferia em pânico e a solução Lula

A crise cambial, portanto, ameaça o capitalismo periférico, que, complexo e cheio de contradições, começa a se abrir para era de revolta e revoluções.

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Na Argentina, Macri se enlouquece. Temer, idem. Ambos compraram pelo valor de face o Consenso de Washington, jogando a economia no abismo das pontes para o futuro, que, agora, despencam.

Macri puxa os juros, para evitar fuga cambial, sangria total. Temer, ainda, respira, contando vantagens com as reservas cambiais de 375 bilhões de dólares, que Lula e Dilma acumularam, com o desenvolvimentismo nacionalista petistas, de 2003 a 2014.

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Mas, dura até quando essa galinha dos ovos de ouro, que os neoliberais da Fazenda estão matando, adotando o congelamento de gastos públicos, os que dinamizam o consumo, produção, distribuição, circulação, arrecadação e investimentos?

Economia parada e desemprego saindo pelo ladrão, já viu, né, jamais ganha eleição.

A solução Lula, nesse momento, é a mais adequada, porque não é a do viralatismo colonial adotado por Macri-Temer.

O ex-presidente, encarcerado por crime não comprovado, foi considerado prepotente, quando disse, em 2008 que não temia o tsunami, para ele, uma marolinha.

Qual foi a sua arma?

Fortalecer o mercado interno, mediante aumento de salário e de financiamento ao consumo e à produção. Abriu as portas dos bancos oficiais, porque, se fosse contar com bancos privados, estaria lascado. Obama, na crise global, lamentou não possuir um BNDES.

Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES irrigaram o capitalismo tupiniquim, para elevar a demanda interna, que salvou os empresários da bancarrota externa anunciada.

Se Lula fosse vira-lata, adotaria o que Temer e Macri estão adotando: arrocho salarial, cortes de gastos até não mais poder e destruição do mercado interno, ao lado da privatização dos ativos nacionais, estruturantes do desenvolvimento nacionalista.

Lula comprovou que a melhor arma, contra o domínio colonial/imperial, é apostar no potencial nacional. Se o País tem petróleo, ouro, minérios, água, sol, terras para dar até duas safras anuais, energia e biodiversidade infinita, além de classe empresarial e laboral diligentes, por que ficar na mão do império?

Tio Sam e seus capachos, na periferia tupinquim, agora, dominada pela ditadura do judiciário, que calou o legislativo, com o fim do foro privilegiado, prenderam Lula, para ele não provar, de novo, que pode virar o jogo contra o imperialismo.

Números não mentem


Vejam o que aconteceu entre 2003 e 2014(dados levantados pelo historiador Moniz Bandeira e publicados nos sites Pátria Latina e GGN):

1 – 2002(Era FHC), PIB nacional, R$ 1,48 trilhões; 2013(Era Lula-Dilma), R$ 4,84 trilhões;

2 – PIB per capita 2002, R$ 7,6 mil; em 2013, R$ 24,1 mil.

3 – Lucro do BNDES, 2002, R$ 550 milhões; 2013, R$ 8,15 bilhões.

4 – Lucro do Banco do Brasil: 2002, R$ 2 bilhões; 2013, R$ 15,8 bilhões.

5 – Lucro da Caixa Econômica Federal: 2002, R$ 1,1 bilhão; 2013, R$ 6,7 bilhões.

6 – Safra agrícola: 2002, 97 milhões de toneladas; 2013, 188 milhões de toneladas.

7 – Produção de veículos: 2002, 1,8 milhões de unidades; 2013, 3,7 milhões.

8 – Taxa de Desemprego: 2002 , 12,2%; 2013, 5,4%.

9 – Reservas Internacionais: 2002, 37 bilhões de dólares; 2013, 375,8 bilhões de dólares.

10 – Dívida líquida do setor público: 2002, 60% do PIB; 2013, 34% do PIB. 17.

11 – Salário Mínimo: 2002, R$ 200 (1,42 cestas básicas); 2014, R$ 724 (2,24 cestas básicas).

12 – Valor de mercado da Petrobras: 2002, R$ 15,5 bilhões; 2014, R$ 104,9 bilhões.

13 – Lucro médio da Petrobras: Governo FHC, R$ 4,2 bilhões/ano; Governos Lula e Dilma, R$ 25,6 bilhões/ano.

14 – Gastos Públicos em Saúde: 2002, R$ 28 bilhões; 2013, R$ 106 bilhões.

15 – Gastos Públicos em Educação: 2002, R$ 17 bilhões; 2013 – R$ 94 bilhões.

16 – Investimento Estrangeiro Direto: 2002, 16,6 bilhões de dólares; 2013, 64 bilhões de dólares.

17 – Empregos gerados: Governo FHC, 627 mil/ano; Governos Lula e Dilma, 1,79 milhões/ano.

18 – Exportações: 2002, 60,3 bilhões de dólares; 2013, 242 bilhões de dólares.

19 – Inflação Anual Média: Governo FHC, 9,1%; Governos Lula e Dilma, 5,8%.

20 Falências Requeridas em Média/ano: Governo FHC, 25.587; Governos Lula e Dilma, 5.795.

Consumo x Câmbio

Não é à toa que, com mercado interno em desenvolvimento, com as famílias consumindo(60% do PIB), as oscilações cambiais, simplesmente, inexistiram, no período 2003-2014, possibilitando acúmulo de reservas extraordinário.

Ficou comprovado que a estabilidade do câmbio depende, fundamentalmente, da estabilidade do consumo, sem o qual ocorre o que se vê na era neoliberal temerista/temerosa: estagnação e crise cambial.

Para encurtar conversa: Lula e sua proposta desenvolvimentista é, naturalmente, a solução contra as crises, simplesmente, porque ela não obedece receituário do império, que obriga os vira-latas a baixarem a cabeça.

Com estagnação e especulação, a direita golpista vira-lata fica sem candidato e se desespera.

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