Só cachorro pode procurar osso, famílias de mártires brasileiros não
"Quando o governo do Brasil impede a busca dos ossos dos desaparecidos políticos, ele evidencia que ainda há muitos mais mortos a serem encontrados", constata Hildegard Angel, da rede Jornalistas pela Democracia; "Ninguém melhor para saber quantos eles são, e onde estão, do que aqueles que enterraram os cadáveres", diz ela; "Hoje haveria mais 30 mil mães sem túmulo para chorar, mais 30 mil famílias à procura dos restos de seus entes amados", afirma
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Por Hildegard Angel, para o Jornalistas pela Democracia
Quando o governo do Brasil impede a busca dos ossos dos desaparecidos políticos, ele evidencia que ainda há muitos mais mortos a serem encontrados. Ninguém melhor para saber quantos eles são, e onde estão, do que aqueles que enterraram os cadáveres.
O presidente, que aprova as torturas e achou poucos os assassinatos na ditadura, é contraditório quando impede a procura dessas ossadas. Afinal, seria a oportunidade, a cada esqueleto achado, de ele demonstrar sua alegria, armar palanque, providenciar salva de tiros, reger banda de música e bater continência para eventuais autoridades estrangeiras.
Festejos sinistros de um dirigente para quem procurar osso é coisa de cachorro e mais 30 mil brasileiros deveriam ter sido eliminados. Hoje haveria mais 30 mil mães sem túmulo para chorar, mais 30 mil famílias à procura dos restos de seus entes amados.
A crueldade pelo menos não impede os cachorros de procurarem os ossos dos seus. Afinal, cachorros são filhos de Deus.
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