Sistema de saúde do interior de São Paulo entra em colapso

Após a descoberta de que a nova cepa que devastou Manaus também circula pelo interior paulista, alguns prefeitos decretaram lockdown na tentativa de reduzir, entre as pessoas, a propagação do vírus que promete ser mais transmissível e letal



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O Estado de São Paulo vive o colapso em seu sistema de saúde após atingir o maior número de internações desde o início da pandemia. O crescimento da procura por leitos de UTIs aumentou nas últimas semanas e atinge especialmente o interior do estado. Em julho do ano passado, o pico de pessoas internadas chegou a 6.250. Atualmente, o número está em 6.410 pacientes internados em UTIs, com a demanda por leitos aumentando a cada dia.

Após a descoberta de que a nova cepa que devastou Manaus também circula pelo interior paulista, alguns prefeitos decretaram lockdown na tentativa de reduzir, entre as pessoas, a propagação do vírus que promete ser mais transmissível e letal. Quatro regiões do Estado estão em alerta máximo: Araraquara, Barretos, Bauru e Presidente Prudente.

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Araraquara decretou lockdown por 60 horas desde o último dia 21. Supermercados, postos de gasolina e outras atividades estarão proibidas de funcionar, e as pessoas não poderão circular nas ruas. De acordo com a prefeitura, os leitos de UTIs estão 100% ocupados e há 16 pessoas precisando de oxigênio, à espera de vagas.

A prefeita de Bauru, Suellen Rosim (PATRIOTA), eleita sob o manto bolsonarista, segue estimulando aglomerações em igrejas evangélicas e se recusa a tomar medidas de distanciamento social. Recentemente, publicou decreto abrindo o comércio após o fechamento determinado pelo governo do estado. Nos últimos dias, participou (com Luciano Hang, o “véio da Havan”) de manifestação popular contra o governador e pela abertura do comércio. A cidade está com 100% dos leitos ocupados.

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Na região de Presidente Prudente, os leitos de UTIs estão com 91% de ocupação. Na cidade da Dracena (650 km da capital), uma funcionária da prefeitura morreu, neste domingo (21), à espera de vaga na UTI. Ela tinha 30 anos e deixa uma filha de 4. O prefeito, André Kozan Lemos (PATRIOTA), anunciou que o sistema de saúde da cidade está em colapso, decretou lockdown por quinze dias, desde a semana passada (apesar dos leitos de UTIs estarem 100% ocupados desde o dia 05/02), a partir das 20H e aos finais de semana. Medidas tomadas sob intensos protestos de comerciantes e trabalhadores locais, jogados à própria sorte pelos governos estadual e federal. Após o comunicado, a cidade de 45 mil habitantes recebeu 10 respiradores para viabilizar leitos nas UTIs, mas já conta com 12 pessoas a espera de vaga. A situação é dramática.

A responsabilidade por essa crise é das autoridades locais e estaduais que se acovardaram pelas pressões políticas e demoraram para decretar as medidas necessárias de distanciamento. Em nível nacional, Jair Bolsonaro e seu general da saúde, Pazuello, devem ser investigados e punidos pelos crimes que cometeram contra a saúde pública. O mau exemplo do dirigente do executivo - que se recusa a usar máscara, promove aglomerações, faz propaganda de remédios ineficazes, estimula a desinformação, faz campanha antivacina e, desde o início da pandemia, demitiu dois ministros da saúde e se negou a tomar medidas para conter a crise – tornou o desastre anunciado num genocídio sem precedentes na história da República. Jair Bolsonaro e as Forças Armadas serão lembrados pela posteridade como os mandatários do nosso momento de maior vergonha e tragédia.

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