Silêncio sepulcral
"A tensão continua, e continuará até essa figura dantesca ser catapultada da poltrona presidencial", escreve Eric Nepomuceno
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Por Eric Nepomuceno, para o 247
Poucas vezes, ao menos na história mais recente, a expressão “silêncio sepulcral” foi tão justificada como agora, diante do mutismo absoluto de Jair Messias depois da derrota.
O sepulcro em questão, porém, se refere somente à trajetória política do desequilibrado que soube se tornar o pior presidente da história da República.
Como revelou num lapso raríssimo de lucidez e honestidade no último debate feito pela Globo, poderá no máximo se lançar candidato a deputado federal. E neste país degenerado, certamente se elege.
Já sua herança maldita, o chamado “bolsonarismo”, ao contrário de qualquer sepulcro mostrou uma vitalidade espantosa. Depositaram nas urnas quase a metade dos votos, com mais eleitores que no primeiro turno. A vitória de Lula aconteceu por uma diferença minguada, dois milhõesde votos.
Já disse, repeti e reiterei o que torno a dizer aqui: até agora não saio do assombro de constatar o número enorme de extremistas de direita que não apenas silenciam diante da devastação deste pobre país, como apoiam seu principal reponsável, dando ao criminoso em questão quase metade dos votos.
Haverá um sem-fim de explicações tanto para esse número imenso de apoiadores do Genocida, a começar pela ignorância política e social, como para o fato de terem, por muitíssimo tempo, permanecido nas sombras.
Quero deixar claro que meu assombro, em todo caso, não significa desconhecer o potencial de danos e perigos que essa multidão significa.
Não houve, como se temia, explosões de violência nas ruas do país depois de confirmada a derrota de Jair Messias.
Mas os caminhoneiros que paralizaram estradas país afora diante da inação da mesma Polícia Rodoviária Federal, dirigida por um bolsonarista repulsivo (perdoem o pleonasmo), que soube deter ônibus e automóveis principalmente no nordeste e em Minas impedindo eleitores lulistas de chegarem às urnas, são apenas uma concreta mostra do que poderá vir por aí.
Jair Messias tem ainda dois meses de governo pela frente. Como será feita a transição, assegurada por lei desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso? Que medidas explosivas, também proibidas por lei, Jair Messias adotará para danar ainda mais a herança maldita que deixará para Lula?
Pois é: a tensão continua, e continuará até essa figura dantesca ser catapultada da poltrona presidencial.
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