Sete de setembro, uma tragédia anunciada

Desfile cívico-militar do 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Desfile cívico-militar do 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. (Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)


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Um Presidente da República proferir contra as urnas e contra Ministros do STF já é um crime. Um candidato a Presidente da República fazer o mesmo pode  ter o título cassado. Isso vale para todas as pessoas no Brasil, menos para Bolsonaro, que continua a tencionar as relações institucionais sem se preocupar, afinal nenhuma punição foi tomada e nem será tomada a despeito de seu advogado e amigo, Aras, continuar mostrando que no Brasil vale o ditado de dois pesos e duas medidas. Seu próximo intento será a data simbólica de 7 de setembro.

Desde o sete de setembro de 1822, não se via manifestações golpistas como nos dias atuais de temor por conta do cenário de derrota de Bolsonaro.  Com o avanço do isolamento do presidente e sua visão de no mínimo uma prisão no fim do túnel, Bolsonaro tenta planos A, B e C ao mesmo tempo para impedir o que já está se consolidando em todas as pesquisas de intenção de votos. Para a tentativa desesperada  de vencer a qualquer custo, vale tudo. Tudo com anuência do congresso e CGU, afinal, são suas únicas tábuas de salvação neste momento. Já se estourou o teto de gastos, o que antes deu impeachment de Dilma,  já tentou colocar todo orçamento para um Bolsa família apenas no período eleitoral, já estão pensando em um emprego vitalício no senado, mas principalmente o que será mais humilhante para ele será a derrota no primeiro turno.

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Agora, órgãos de inteligência suspeitam de ataque no dia sete de setembro, com viés golpista por grupos pró-Bolsonaro. Não é surpresa essas tentativas de criar o caos incentivado pelo presidente, que não pretende para essa escalada da violência até as eleições. Pretendem atacar os próprios apoiadores para colocar culpa na esquerda. Não seria surpresa o que pode acontecer, olhando para Bolsonaro, seus filhos e o regime de ditadura militar que Bolsonaro tanto gosta. 

Há 34 anos, Bolsonaro foi expulso da corporação por planejar ataques em uma adutora e quartéis do Rio de Janeiro. Foi considerado terrorista e marcado pelo próprio governo Geisel como perigoso. O presidente negou tudo, mentiu para a revista Veja na época, e a perícia da Polícia Federal concluiu que as anotações nos esboços eram mesmo dele. Todo o inquérito foi parado depois dele ser eleito deputado estadual em 1989. Outros que planejam golpes estão no gabinete do ódio, que incluí seus filhos. A extrema-direita vem bem articulada mundialmente tentando o mesmo modus operandi em vários países, e se ajudam mutuamente. A invasão do Capitólio, triste página do final da eleição americana e espelho do que está por vir por aqui, e Eduardo Bolsonaro está sendo incluído nas investigações deste crime. Lembrando que Eduardo estava nos EUA no dia da invasão e ainda visitou a filha de Trump, o empresário Michael Lindell e outros aliados de Trump envolvidos no planejamento do ataque ao Congresso. Quanto ao regime militar, podemos lembrar-nos da mais famosa tentativa com a bomba do Riocentro. Triste retrato da época que foi o início do processo de democratização no país. 

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O que podemos esperar? O início do caos pré-eleição, para impedir o pleito e dar mais tempo para Bolsonaro no poder. Quer ter a chance de colocar o exército na rua e como já havia falado aos embaixadores, arrumando pretexto de legitimidade para manter na presidência à força. Teremos um sete de setembro especial, pela comemoração dos 200 anos da Independia com líderes internacionais presentes. Será uma histeria com o mundo assistindo essa tentativa de golpe. Bolsonaro falou que será a ÚLTIMA VEZ. 

Bolsonaro vai para o tudo ou nada. Já falou que preso não vai, sem antes dar tiros. Quando ele diz seguidamente: "Não podemos perder nossa liberdade", lê-se: "Não posso perder a liberdade".

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