Sergio Moro: do populismo judicial à corrupção

Moro passou de populista a corruptor da constituição e, possivelmente corrupto e, como a história é serva da Verdade, prima-irmã da Justiça

Sergio Moro
Sergio Moro (Foto: Reprodução/Twitter)


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Há novidades na justiça federal de Curitiba. Um novo juiz assumiu a titularidade da 13ª vara federal. São cerca de 250 processos que restam da Operação Lava-Jato e o juiz Eduardo Appio, que enumera críticas aos métodos de trabalho que fizeram a fama da força-tarefa e marca uma linha no chão em relação ao que classifica de “populismo judicial”, do qual pretende se distanciar. 

Eduardo Appio refere-se ao ex-juiz, corrupto e suspeito, Sergio Moro como um “servidor público dedicado”, mas que, segundo ele, levou a lava-jato a descrédito ao manter uma relação próxima demais com o Ministério Público. Proximidade revelada nos diálogos entre Moro e Deltan Dallagnol e que anularam processos e que, segundo ele “não poderia ter sido pior para fins de credibilidade do Judiciário”. Eu vejo Moro como um marginal que usou a sua função para colocar em curso um plano de promoção pessoal, não se constrangeu em combinar movimentos e decisões com o Ministério Público e servir a interesses privados internacionais.

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Mas voltemos ao novo titular da 13ª vara federal. Appio é doutor em Direito e sua tese de doutorado leva o título de “Controle judicial das políticas públicas no Brasil”, uma crítica ao populismo judicial, já a tese de Moro, que foi publicada no mesmo ano, defendia o ativismo dos juízes. 

Logo que assumiu o cargo, veio à tona que Appio, que foi promotor no Rio Grande do Sul e juiz desde 1999, está na lista de doadores de Lula, teria 13 reais para a campanha de Lula no dia 25 de setembro e 40 reais para a deputada estadual do Paraná Ana Júlia Ribeiro, também do PT. O magistrado nega, porém, diz não saber como seus dados foram relacionados na lista e enviou comprovantes bancários em que as transações não aparecem. O TSE informou que existem fraudes envolvendo ouso do documento por terceiros. 

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Moro corrompeu e manipulou a Constituição, a lei e a opinião pública, tudo em nome de um projeto pessoal de poder e a serviço de interesses que serão revelados com o tempo; ele traiu a magistratura; prevaricou à frente do Ministério da Justiça; e apenas denunciou Bolsonaro para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, não sem antes trair a confiança daquele que o nomeou ministro; pediu demissão apenas porque avaliou que Bolsonaro passou a atrapalhar seus objetivos, e com esse movimento abriu uma crise que derrubou a bolsa, fez explodir o dólar e buscou afastar Bolsonaro. Seu compromisso não é com o Brasil. 

Em 2017 perguntei num artigo se seria "Moro o contínuo do Império", mas a verdade é que ele não é apenas um contínuo, é o representante de interesses a serem revelados, mas não são interesses nacionais. 

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Uma ressalva: nunca firmei oposição às operações das polícias, especialmente as da Polícia Federal, mas a reflexão sempre foi compreender os por quês de tudo o que ocorria e a forma, suas verdadeiras causas e as consequências imediatas e mediatas. 

A nossa obrigação é apoiar toda ação de natureza republicana e que represente um passo adiante na construção da nossa nação, mas segundo o nosso próprio figurino e para atender aos interesses nacionais, mas e Moro, com os Shit Boys do MPF, atenderam interesses de além-mar, como se o Brasil fosse uma colônia do império estadunidense e, com apoio da mídia corporativa, impediram que grande parte da população lançasse um olhar crítico sobre os fatos que ocorreram a partir de 2013, colocando o bem comum, a justiça social e o desenvolvimento humano e econômico num segundo plano. 

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Moro, Janot e os procuradores da Lava Jato podem ter sido cooptados pelo american way of life, todos eles, pelo que li, estudaram em universidades americanas e frequentemente estão por lá. 

Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, em entrevista recente, citando o historiador John Coatsworth, disse que entre 1898 e 1994 os Estados Unidos patrocinaram, na América Latina, 41 casos de successful, golpes de Estado, para mudança de regime, "o que equivale à derrubada de um governo a cada 28 meses, em um século", uma prova inexorável de que no país dos bravos não há amor pela democracia. 

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Depois de 1994, outros métodos, que não militares, foram usados para destituir os governos de Honduras (2009), Paraguai (2012) e Brasil (2016). Nesse contexto entra em cena a figura obscura do juiz de primeira instância Sérgio Moro, condutor do processo contra a Petrobras e contra as grandes construtoras nacionais. 

Aparentemente, servil e dócil aos interesses imperiais, Sergio Moro preparava-se para as missões a ele confiadas desde 2007, nos cursos promovidos pelo Departamento de Estado dos EUA.

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Sabe-se que a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA), que monitorou as comunicações da Petrobras, descobriu a ocorrência de irregularidades e corrupção de alguns militantes do PT, e especula-se ter fornecido os dados sobre o doleiro Alberto Yousseff ao juiz Sérgio Moro, já treinado em ação multi-jurisdicional e práticas de investigação, inclusive com demonstrações reais (como preparar testemunhas para delatar terceiros). 

Mas e os serviços prestados pela Lava Jato e Moro? Como exemplo dos "serviços" prestados por Moro pode ser citada a perda de 140 bilhões de reais no PIB nacional, só em 2015 e a destruição das grandes empreiteiras nacionais, quem explica bem tudo isso é Moniz Bandeira, a quem rendo minhas homenagens com esse artigo. 

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Moro passou de populista a corruptor da constituição e, possivelmente corrupto e, como a história é serva da Verdade, prima-irmã da Justiça; o Tempo, eterno aliado da verdade, haverão de emergir fatos sem véus e sem paixões.

Espero que Eduardo Appio coloque ordem na 13ª Vara Federal de Curitiba.

Essas são as reflexões.

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