Será um escândalo se STF não barrar novo chefe da PF
"Será um escândalo se o STF não barrar essa afronta ao estado de direito, pois salta aos olhos a intenção do ainda presidente de colocar a Polícia Federal a serviço de seus interesses políticos e pessoais, o que pode abrir caminho para o estado policial característico das ditaduras", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
No dia 18 de março de 2016, o ministro do STF Gilmar Mendes anulou a nomeação de Lula para a Casa Civil de Dilma Rousseff – que tinha tomado posse no dia anterior – alegando que o motivo seria blindá-lo da Operação Lava Jato, que estava empenhada em colocá-lo atrás das grades; ministro tem imunidade.
Diz Gilmar em sua sentença: “O objetivo da falsidade é claro: impedir o cumprimento de ordem de prisão de juiz de primeira instância. Uma espécie de salvo conduto emitida pela presidente da República”.
Aberto esse precedente, parece lógico que a nomeação de Alexandre Ramagem para a chefia da Polícia Federal também seja anulada, posto que ficou público e notório que ela se destina a objetivos explicitados pelo ainda presidente Jair e que são de seu interesse pessoal: 1) apontar quem mandou matar o ainda presidente Jair quando ainda era candidato; 2) acobertar ilícitos de seus aliados, sejam políticos ou empresários; 3) acelerar processos contra seus adversários políticos e 4) dar-lhe acesso a relatórios de investigações sigilosas.
Além desses quatro motivos expostos publicamente pelo ainda presidente Jair, a razão principal de sua nomeação a toque de caixa é tentar salvar seu amigo pessoal, filho do ainda presidente Jair, já apontado pela PF como o mentor da quadrilha de difamações investigada no caso das fakenews e que pode atingir outro filho, crimes pelos quais podem ser presos e ainda o próprio ainda presidente, que pode perder seu mandato.
A sentença de Gilmar de 2016 pode ser reescrita dessa maneira para justificar o impedimento de Ramagem:
“O objetivo da falsidade é claro: impedir o bom andamento das investigações sobre Carlos Bolsonaro além de atender a outros interesses pessoais da presidência. Uma espécie de salvo conduto para filhos e aliados emitida pelo presidente da República”.
Será um escândalo se o STF não barrar essa afronta ao estado de direito, pois salta aos olhos a intenção do ainda presidente de colocar a Polícia Federal a serviço de seus interesses políticos e pessoais, o que pode abrir caminho para o estado policial característico das ditaduras.
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