Ser ou não ser Charlie, eis o cartoon!
Se nem o Alcorão prescreve nenhuma punição para a blasfêmia, por que a dupla de fanáticos do islã, utilizando-se indevidamente do nome do profeta Maomé, resolveram vingar-se dos insultos cometidos?

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Após os atentados na França, muito se viu na mídia a frase "Je suis Charlie", traduzindo " Eu sou Charlie". Como diria Nelson Rodrigues: "Toda unanimidade é burra. Quem pensa com unanimidade não precisa pensar".
Por outro lado, alguns mesmo discordando de posições extremistas que levaram a cabo aquelas 12 pessoas, também publicaram: "Je ne Suis Charlie", traduzindo "Eu não sou Charlie".
Vários questionamentos sociológicos e antropológicos pipocaram nas redes sociais, vindo à tona o debate: por que eu sou ou não sou Charlie?
Aqui mesmo numa crônica me coloquei, não por causa da grande maioria, mas por comungar com a premissa de que nada justifica o crime cometido naquele dia, ponto! Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, só Deus certo? Quem dera que fosse, pena que nem todos pensem assim...
Alguns questionam a polêmica da crítica à religião muçulmana com a máxima: "ninguém deve blasfemar a religião alheia", blá,blá,blá... "Outros já discordam pela questão da liberdade de expressão defendida por Voltaire: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las". Nesse caso de desenhá-las.
Se nem o Alcorão prescreve nenhuma punição para a blasfêmia, por que a dupla de fanáticos do islã, utilizando-se indevidamente do nome do profeta Maomé, resolveram vingar-se dos insultos cometidos (leiam-se charges, cartoons etc.) pelos integrantes do jornal/revista de humor francês Charlie Hebdo?
O único livro sagrado que fala sobre blasfêmia é a Bíblia, no Velho Testamento: "Quem blasfemar contra o nome do Senhor deverá morrer e toda a comunidade o apedrejará. Seja nativo ou estrangeiro , quem blasfemar contra o santo nome será punido de morte." Levítico, capítulo 24,versículo 16.
Opa! Temos agora um fato novo. Uma grande e odiosa contradição religiosa: Se mataram em nome de Maomé e o Alcorão prega a PAZ, mataram em nome de um Deus que criaram para si próprios; Nunca, jamais, em defesa de um princípio religioso real, verdadeiro e legítimo. Em outras palavras, quem achava que os jihadistas defenderam a honra de suas crenças, está completamente enganado. Eles derramaram sangue de seres humanos por algo imensurável que vai além da compreensão religiosa.
Diante do exposto, como não ser Charlie? Como não ter compaixão pelos 12 executados brutalmente? Como não se penalizar pela dor das famílias deles?
Já imaginou se a moda pega e, conjecturando para a esfera política, um fanático pela presidenta Dilma Rousseff resolve fazer justiça com as próprias mãos e invade as redações da grande imprensa para exterminar os críticos ao seu governo? Seria o fim da picada e da democracia. E falando nisso, para que então serviu a Revolução Francesa?
"Liberté, Egalité, Fraternité, "traduzindo: "Liberdade. Igualdade e Fraternidade", o velho lema da Revolução Francesa, que foi citado pela primeira vez em 1550 pelo humanista Cristão Étienne de La Boétie, em seu "Discours de la servitude volontaire", traduzindo: " Discurso da servidão voluntária".
Pois bem, por esses motivos , zilhões de pessoas no mundo inteiro são "Charlie" como eu e como todos aqueles que almejam um mundo mais livre e mais justo. Não existe Liberdade, sem Igualdade e sem Fraternidade.
O mundo precisa de críticos, como a vida seria chata se não os houvesse? O mundo precisa de charges, de cartoons e de piadas. Por que levar a vida tão a sério? Sorrir faz bem pra alma e pro corpo e a medicina já provou isso. Pessoas felizes curam mais rápido as doença , principalmente as mais graves e, vivem por mais tempo.
Termino esse texto com a seguinte reflexão: Quem não gosta de sorrir tem uma séria doença. E se está doente precisa de remédio. Mais se o melhor remédio para curar todas as doenças é o sorriso. Por que não sorri-lo?
Ser ou não ser Charlie, eis o cartoon! #EusouCharlieporra
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