Sem remédio e sem volta

"Jair Messias é um caso claro de quem não tem volta nem remédio. Como impedir que continue com suas maluquices cada vez mais perigosas?", diz Eric Nepomuceno

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Carla Carniel)


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Por Eric Nepomuceno, para o 247

A estas alturas, nada mais que Jair Messias faça deveria surpreender alguém. São tantas e tão reiteradas as demonstrações de seu desequilíbrio e de sua estratégia para reforçar não apenas os militares que o rodeiam mas também o bando de seguidores mais primários e primatas, oferecidas não apenas por ele, mas também pelo trio de filhotes desvairados que atuam na política, que o que poderia impactar virou rotina.

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Ainda assim, o dantesco e bizarro espetáculo diante de uns 60 embaixadores e representantes de embaixadas estrangeiras em Brasília na tarde desta segunda-feira superou todas as demonstrações anteriores de seu desequilíbrio cada vez mais desenfreado.

O pior é saber que o que este país e boa parte do mundo assistiu não é, ainda, o que nos poderia provocar surpresa: o que surpreende é a falta de ação de quem deveria tratar de impedir que ele continue nessa corrida alucinada contra a lucidez, colocando em risco o que resta deste mísero país.

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Não é preciso ser jurista, nem mesmo um mero estudante de Direito, para constatar que nesta patética segunda-feira Jair Messias cometeu ao menos – ao menos – cinco dos chamados “crimes de responsabilidade” nos salões do Palácio do Planalto, utilizado como palanque eleitoral diante de uma plateia de diplomatas.

Vamos esquecer as dúzias e dúzias dos mesmos crimes cometidos por ele desde que assentou sua carcaça na poltrona presidencial.   

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A questão agora, e que se torna cada vez mais urgente, é saber como impedir Jair Messias de continuar atentando contra as instituições e contra as leis. E também saber como frear de vez essa caminhada claríssima rumo a um golpe, seja ele golpe propriamente dito, seja um golpe paralelo, tentando por exemplo adiar as eleições.

As reações ao que Jair Messias fez nesta segunda-feira passaram, num primeiro momento, por contundentes, em especial os pronunciamentos do juiz Luiz Edson Fachin, que além de integrar o Supremo Tribunal Federal preside o Tribunal Superior Eleitoral. 

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Entre as várias frases proferidas, uma teve destaque: a que critica um “inaceitável negacionismo eleitoral”.

O presidente do Senado – e, portanto, do Congresso –, Rodrigo Pacheco, nascido no Acre mas criado em Minas Gerais, deu outra clara mostra de que, mineiramente, sabe ser seboso e escorregadio quando convém, e aparentar certa firmeza quando crê necessário: num pronunciamento curto e seco, afirmou que “segurança das urnas e lisura do processo não podem mais ser colocadas em dúvida”.

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Estranho, esse “mais”: se não podem agora, puderam quando? 

Quanto ao tal “negacionismo eleitoral” considerado inaceitável por Fachin, tudo bem. Mas não começou ontem e nem vai terminar ou se suavizar agora.

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Ficam pairando no ar, então, algumas dúvidas. Cadê as instituições que deveriam defender a Constituição e impedir que ela seja agredida já não a cada dia, mas várias vezes por dia, por um desqualificado que ocupa a presidência da República? 

Por qual razão ninguém trata de pôr um freio já não apenas em Jair Messias, mas num trapo de gente chamado Arthur Lira, que ocupa a presidência da Câmara de Deputados e acoberta tudo que seu pagador faz? A única função que ele cumpre fielmente – ser ao mesmo tempo sabujo e manipulador de Jair Messias – não está prevista entre seus deveres constitucionais como presidente da Câmara.

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Jair Messias desde sempre deixou claro que é uma figura passível de intervenção psiquiátrica.

Que ele continue por aí todo pimpão fazendo as boçalidades que faz apenas mostra até que ponto estão esfrangalhadas as instituições deste país que se desfaz a cada dia.

Jair Messias é um caso claro de quem não tem volta nem remédio. Como impedir que continue com suas maluquices cada vez mais perigosas?

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