Sem Lula na disputa, Brasil encaminha-se para virar Honduras

A questão que se coloca agora é outra. Como é quase impossível derrotar Lula nas urnas, a hipótese que resta é a de tirá-lo do jogo pelo caminho judicial. E tudo está armado para isso

30/10/2017- Ato de encerramento da Caravana Lula por Minas Gerais na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte. Foto: Ricardo Stuckert
30/10/2017- Ato de encerramento da Caravana Lula por Minas Gerais na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte. Foto: Ricardo Stuckert (Foto: Renato Rovai)


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A pesquisa Datafolha divulgada ontem não tem grandes novidades. Ao contrário, confirma o que vem sendo dito neste blogue e em outros cantos onde se faz análise de forma independente. Lula é o grande favorito para as eleições de 2018 e dificilmente será derrotado se puder disputá-la.

A distância que o candidato petista registra de seus adversários numa eventual disputa de segundo turno em política equivale a um oceano.

São 22 pontos, por exemplo, à frente de Alckmin, 52% a 30%. E não estamos falando de um candidato desconhecido. Alckmin está no seu quarto mandato como governador do maior estado da federação. Sendo que antes foi vice de Covas e já disputou uma eleição presidencial.

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A questão que se coloca agora é outra. Como é quase impossível derrotar Lula nas urnas, a hipótese que resta é a de tirá-lo do jogo pelo caminho judicial.

E tudo está armado para isso.

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Para entender melhor o que está acontecendo na América Latina é interessante olhar para Honduras. Foi lá que aconteceu o primeiro golpe deste século no Continente.

No dia 28 de junho de 2009, Manuel Zelaya foi destituído do governo numa operação envolvendo quatro setores: mídia, milicos, judiciário e Congresso.

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O golpe foi um vexame. Zelaya foi sequestrado de sua casa na madrugada do dia 28, de pijamas, por milicos. E no dia 29, o Congresso aceitou sua renuncia, que teria sido escrita, segundo a narrativa golpista, no dia 25. O que evidentemente não ocorreu.

A Assembléia Geral da ONU aprovou por unanimidade uma resolução condenando o golpe, mas ele seguiu impávido e garboso até agora. Até porque, na real, os EUA era quem o patrocinava.

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No dia 26 de novembro, Honduras teve eleição presidencial e Zelaya não pode sair candidato, porque está judicialmente impedido. Mas apoiou Salvador Nasralla, que ganhou no voto, mas não levou.

A apuração foi se arrastando até que se desse um jeito de que o presidente golpista, Juan Orlando Hérnandez, virasse o jogo.

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Ontem este mesmo presidente, que foi derrotado nas urnas, decretou estado de exceção no país e líderes da oposição estão sendo presos.

Se Lula não puder ser candidato a presidente da República, o Brasil seguirá novamente o caminho de Honduras. Com já aconteceu no golpe contra Dilma. A única diferença de lá pra cá foi que ela não foi retirada do palácio de madrugada e de pijamas. Mas isso não foi necessário, porque o PT não resistiu e entregou o país de bandeja para Temer.

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Nas próximas pesquisas Lula vai aumentar ainda mais sua distância para os adversários e em abril estará em condições de liquidar a fatura no primeiro turno. E será em abril do ano que vem que o bicho vai pegar. Ou a elite mais responsável engole o sapo barbudo ou em janeiro de 2019 estaremos vivendo um estado de exceção para que os golpistas continuem a governar.

E aí será construída a opção do semi presidencialismo, porque o Congresso não vai deixar a caneta na mão de uma pessoa só.

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Se você acha que hoje as coisas estão ruins, prepare-se para algo muito pior. Ou siga o ditado, se quer paz, pinte-se para a guerra. Porque o jogo tá muito mais bruto do que parece. E Honduras é só um recado.

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