Sem inspiração
Alguns colunistas de grandes jornais brasileiros, como Dora Kramer, deveriam ter a coragem de assumir publicamente que defendem interesses de grupos específicos no lugar de se fingirem de intelectuais
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Os representantes da mídia comercial saem de férias e voltam com as mesmas velhas táticas: usando um vocabulário distante da compreensão da maioria, defendem nas entrelinhas os interesses das elites brasileiras.
Ao que tudo indica ela também pratica além de conhecer a fundo o significado das palavras que usa em relação aos governos petistas, assim como mistificação - ação ou efeito de enganar (alguém); fazer com que uma pessoa acredite numa mentira; farsa.
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Em outros artigos no 247 tenho criticado estes lobistas travestidos de jornalistas, blogueiros e articulistas que não se conformam com a presença do PT no poder por tantos anos. Tudo o que querem é encontrar razões, fatos e contradições que fundamentem críticas à nosso objetivo já efetivado de tirar grande parcela do povo brasileiro da miséria e fazer o país crescer como um todo.
Hoje fiquei pasmo ao ler artigo da sra Dora Kramer. Nos dois primeiros parágrafos ela disse que a presidente Dilma usa hoje a mesma tática utilizada pela ditadura que a torturou, que era a de considerar conspiradores com o objetivo de desestabilizar o governo todos aqueles que criticavam os militares no poder. Estapafúrdia comparação.
Nos próximos dois ela se superou e insinuou que o PT é um grupo de comando com traço autoritário, apesar de eleito dentro das legítimas regras da democracia, como ela própria chama a atenção. O Partido dos Trabalhadores é um dos poucos partidos políticos deste pais que discute internamente os seus e os rumos do país.
Adiante segue afirmando que para o PT “os bons brasileiros são aqueles que concordam. Quem discorda está fora, não é patriota”. Tudo isso para justificar uma triunfal conclusão : “isso vindo de um partido que fez a vida sendo do contra recende a ideologia de resultados “.
Será que os leitores da senhora Kramer sabem o que significa ideologia de resultados ? porque a maioria da população não, mas com certeza, desconfia o que ela está tentando dizer. No mínimo, entendem que essa tal ideologia de resultados não é coisa boa não.
Na verdade, nada é tão complicado quanto pode parecer. O uso do termo ideologia pressupõe uma diferenciação entre duas correntes: os que acreditam que ideologia é um "conjunto qualquer de ideias sobre um determinado assunto" (concepção neutra, sinônima de ideário); e o que defendem ser ideologia o "uso de ferramentas simbólicas voltadas à criação e/ou à manutenção de relações de dominação" (concepção crítica).
Compreendo perfeitamente que a jornalista ao mesmo tempo que dá uma conotação negativa ao que denomina “ideologia de resultados” faz também uso do conceito, quando tentar convencer seus leitores que os governos petistas se utilizam de relações de dominação.
Para aqueles que adotam o termo ideologia segundo a concepção crítica, como parece ser o caso da sra Kramer, não faz sentido dizer: que um indivíduo ou grupo possui uma ideologia; que existem ideologias diferentes; que cada partido tem uma ideologia; que existe uma ideologia dos dominadores ( como a dos que ela defende ), etc.
Ideologia, para este grupo de pessoas, não é algo disseminável como é uma ideia ou um conjunto de ideias; ideologia é algo voltado à criação/manutenção de relações de dominação por meio de quaisquer instrumentos simbólicos: seja uma frase, um texto, um artigo, uma notícia, uma reportagem, uma novela, um filme, uma peça publicitária ou um discurso.
Ao longo de seu artigo ela também criticou vários dos discursos da presidente Dilma, e sem que lhe ocorresse nenhuma idéia mais brilhante, na dura vida de volta ao trabalho pós férias, a jornalista para encerrar me saiu com a seguinte pérola: eleição batendo à porta, se impõe de novo a lógica da batalha pela via da mistificação”.
Ao que tudo indica ela também pratica além de conhecer a fundo o significado das palavras que usa em relação aos governos petistas, assim como mistificação - ação ou efeito de enganar (alguém); fazer com que uma pessoa acredite numa mentira; farsa.
O que me alegra é que os lobistas da grande imprensa estão cada vez mais próximos de perder seus empregos e que jornais como o Estadão - um jornal a venda e sem comprador - de fechar suas portas, diante do crescimento de veículos independentes e das mídias sociais, onde cada brasileiro tem o direito e a capacidade de escrever o que realmente pensa sobre os destinos do país.
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