Sem educação, já basta o presidente

Nossa resistência e luta a esse cenário de caos crescem e se renovam com a energia e a mobilização da juventude. A irreverência e audácia desses jovens que erguem cartazes criativos em meio aos protestos se somam à luta dos  trabalhadores organizados e a todos os brasileiros que se referenciam na liberdade e na democracia para encurtar o sofrimento do povo

Sem educação, já basta o presidente
Sem educação, já basta o presidente (Foto: Adriano Machado - Reuters)


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De forma grosseira e destemperada, Jair Bolsonaro, irritado com a irreverência e capacidade de mobilização da juventude brasileira, chamou de “idiotas-úteis” e “imbecis” os milhões de brasileiros que foram às ruas em 15 de maio protestar contra os cortes de verbas à Educação. Uma agressão feita diante da mídia mundial, nos EUA, que revela ainda mais a face de um presidente desqualificado, que, há quatro meses no governo, nada fez para atacar as altíssimas taxas de desemprego, a precariedade e a informalidade que desalentam 28 milhões de brasileiros e brasileiras desempregados. Entrincheirado e distante do povo, Bolsonaro comanda um ataque sem precedentes na história do Brasil para destruir o sistema de proteção social.

Incapaz de articular um programa de desenvolvimento econômico que atraia investimentos da especulação financeira à produção, os resultados desse desastrado governo podem ser resumidos em uma palavra: destruição.

A turbulência política cresce cada vez que o presidente e seus três filhos parlamentares digitam mensagens em seus celulares e postam nas redes sociais ou que o seu “guru” brasileiro radicado na Califórnia destrava a língua e dispara contra militares e inimigos “comunistas” invisíveis. Situação que se agrava a cada dia porque até a base aliada do governo teme as falas do presidente e de seus ministros boquirrotos. O Mercado surfa na onda dessa oscilação, enquanto o povo amarga o desemprego.

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O estado de bem-estar Social que ainda estava em construção tem sido dizimado e, em seu lugar, surge um Estado policialesco, reforçado por milícias paramilitares da base social do presidente que defende armas.

Todos esses elementos negativos levam a indícios de que um novo Papa Doc*, com seus Tontons Macoutes**, pode estar sendo forjado por meio de leis facilitadoras do acesso a armas de fogo, resgatando as estreitas relações que a família Bolsonaro mantém com as milícias no Rio de Janeiro, segundo revelam a mídia e investigações do Ministério Público.

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Nossa resistência e luta a esse cenário de caos crescem e se renovam com a energia e capacidade de mobilização da nossa juventude. A irreverência e audácia desses jovens que erguem cartazes criativos em meio aos protestos se somam à força dos  trabalhadores e de todos os brasileiros que se referenciam na liberdade e na democracia para encurtar o sofrimento do povo.

As ruas lotadas revelam o despertar de uma parcela da população ao chamados dos movimentos sindical e sociais e também que a longevidade desse ciclo de horror deverá ser bem mais curta do que o previsto pelos gurus da extrema-direita.

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E assim será. Em todos os cantos do Brasil, as contradições, incapacidade e compromissos espúrios deste desgoverno com o capital estrangeiro, os ruralistas e os sistema financeiro ficam evidentes.  São desnudados dia a dia.

Está na capacidade de organização e resistência dos sindicatos, dos movimentos sociais e do campo democrático a possibilidade de colocarmos um fim a essa insensatez institucional.

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As mobilizações na greve da educação de 15 de maio foram despertadas pela luta unitária que a CUT juntamente com as demais centrais sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo vêm travando contra a reforma da Previdência Social proposta por Bolsonaro.

De forma unitária estamos nas ruas e na pressão aos parlamentares, organizando a luta que terá em 14 de junho, com a greve geral nacional, uma data que entrará para a história. Nesse dia, com sindicatos e Centrais Sindicais à frente, o Brasil vai parar para dizer ao governo que não aceitaremos essa reforma da Previdência e que queremos empregos de qualidade e trabalho decente.

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*Papa Doc, nascido François Duvalier foi eleito presidente do Haiti em 1957 e permaneceu no poder durante 14 anos. Passou a ser presidente vitalício a partir de 1964,  ficou conhecido por instaurar um exército miliciano denominado tontons macoutes, e por ter feito um dos governos mais sanguinários do mundo

**Tontons Macoutes", membros da milícia paramilitar criada em 1958 após um ataque contra Papa Doc.

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