Sem aprovação do Congresso, anúncio de Biden para Amazônia só atesta o sucesso de Lula na China

A ação dos Estados Unidos demonstra que o Brasil só tem a ganhar ao defender sua soberania

Joe Biden, Xi Jinping e Lula
Joe Biden, Xi Jinping e Lula (Foto: Reuters | Ricardo Stuckert/PR/Fotos Públicas)


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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez divulgar nesta quinta-feira (20) que irá anunciar uma doação de US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia nos próximos cinco anos. Segundo o comunicado da Casa Branca, o aporte de recursos seria um reconhecimento do "renovado compromisso do Brasil de acabar com o desmatamento até 2050". 

Em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou seu homônimo estadunidense em Washington, como parte da missão de Lula de fortalecer as relações internacionais do Brasil com seus principais parceiros. Na ocasião, o governo Biden havia divulgado um aporte de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia, frustrando expectativas da comitiva brasileira. Depois a Casa Branca voltou atrás e disse que anunciaria uma quantia vultosa para os esforços de preservação da floresta amazônica. 

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Embora seja um valor substancial, parece longe ainda que o fundo, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), receba este aporte dos Estados Unidos. Isso porque a medida depende de aprovação do Congresso e Joe Biden terá que trabalhar muito para garantir esse financiamento. Na Câmara, por exemplo, precisa convencer os republicanos, que detêm maioria da Casa, a chancelar a medida. Até lá, o anúncio é apenas um esforço retórico do governo Biden para cortejar o Brasil numa área para a qual as atenções do mundo estão voltadas. 

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o Fundo Amazônia já recebeu R$ 3,3 bilhões em doações, sendo R$ 1 bilhão provenientes da Noruega e R$ 200 milhões da Alemanha. No total, o fundo acumula R$ 5,4 bilhões, com R$ 1,8 bilhão já contratado.

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O anúncio da Casa Branca para o Fundo Amazônia ocorre logo após a missão oficial do presidente Lula à China, onde foram assinados 15 acordos bilaterais em diversas áreas estratégicas, que ampliaram a relação entre Brasil e China para além das transações comerciais e resultarão em R$ 50 bilhões em investimentos no país. Também assustaram o governo Biden as manifestações de Lula pelo fim da hegemonia do dólar e em defesa de moedas locais nas trocas entre países. Bem como a crítica do presidente brasileiro aos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia e a recepção ao chanceler da Rússia, Sergei Lavrov. 

Os Estados Unidos são hoje uma potência imperialista em em viés de baixa. Em franco e acelerado processo de declínio. O país enfrenta uma crise econômica grave - para o bilionário Elon Musk, é questão de tempo para o calote da dívida pelo governo, uma crise social com o aumento da violência e da desigualdade. O governo Biden vê a China avançar em nível global, bem como na América Latina. Se pretende interromper este processo, a história mostra que insuflar golpes e desestabilização política na região já não é mais suficiente para manter a hegemonia. Um novo tempo está surgindo no mundo.  

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