Sem Amazônia preservada, sem agro no Brasil
Agro do bem poderia ajudar a parar o avanço do Agro podre na linha de frente da devastação amazônica
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O agronegócio do bem, que engrandece a balança comercial do Brasil exportando produtos para quase todo o mundo, já deveria ter se associado aos cientistas, aos ambientalistas e ao governo atual do país que defendem o fim da devastação da Amazônia, a nossa já combalida maior e mais rica floresta tropical do planeta.
Além de ser considerada essencial para o equilíbrio climático do globo por ser absorvedora do gás carbônico dos combustíveis fósseis, que amplia o efeito estufa, responsável pelas mudanças climáticas e seus enormes desastres ambientais, é da Amazônia que sai toda a água usada pelo agronegócio para produzir os mais variados alimentos não só nas regiões Sudeste e Sul, mas principalmente no Centro-Oeste do país.
Como os cientistas nacionais e internacionais têm demonstrado há várias anos, a água usada pelo agro para produzir a soja, o milho, a carne bovina e outros alimentos, que sustentam as exportações e o consumo interno do país, vem toda dos rios amazônicos.
Isso ocorre porque a corrente que desce da região do Atlântico rumo ao Sul do país, ao passar por cima da Amazônia, leva boa parte da umidade da região, transformada em chuvas, para as três regiões que concentram as principais atividades produtivas do Agro brasileiro.
Ou seja, é a umidade da Amazônia, preservada e desenvolvida de forma sustentável, que pode garantir os reservatórios cheios de água das três regiões mais desenvolvidas e maiores produtoras das chamadas commodities brasileiras.
Os cientistas também alertam que se o desmatamento consumir mais do que 25% da extensão florestal amazônica, a região começará a se transformar, de forma irreversível, numa gigantesca savana africana. As medições feitas por imagens de satélites mostram que o avanço da devastação das últimas décadas já devorou em torno de 20% de toda a floresta amazônica.
O que significa dizer que mais 5% de devastação florestal na Amazônia será o início do fim da maior floresta tropical do planeta, deixando sem chuva e sem água não só os seus mais de 30 milhões de habitantes, como quase toda a população do país, concentrada no Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Assim, como já advertimos no inicio deste artigo, está passando da hora do Agro do bem do país se aliar aos defensores da preservação e até do reflorestamento da Amazônia contra o Agro podre, que teima em continuar avançando na Amazônia com desmates florestais para plantar soja e criar gado, quando o país já tem áreas degradadas recuperáveis e capazes de até dobrar toda a produção agrícola do país.
Sem precisar derrubar mais sequer uma árvore da Amazônia, que, pela sua extraordinária dimensão, o mundo inteiro quer e precisa preservar porque, sem ela, os desastres ambientais irão certamente se multiplicar, colocando em alto risco simplesmente a existência da própria vida no planeta.
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