Seis graus de separação

O jornalista Alex Solnik, que também é jornalista pela democracia, relata que "a teoria dos seis graus de separação explica que, no mundo, são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas"; "a ligação entre Jair Bolsonaro e Adriano Magalhães nem precisa de seis laços de amizade para ficar explícita, de acordo com o estudo científico de Milgram", expõe; "A ligação entre Flávio e Adriano também não precisa de seis laços para se estabelecer", completa

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Por Alex Solnik, para Jornalistas pela Democracia - A teoria dos seis graus de separação originou-se a partir de um estudo científico desenvolvido pelo psicólogo Stanley Milgram, que criou a teoria de que, no mundo, são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas.

O presidente Jair Bolsonaro é amigo do ex-PM Fabrício Queiróz há mais de 30 anos. Queiróz é amigo do ex-capitão do BOPE Adriano Magalhães há mais de dez anos. Adriano Magalhães é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como um dos chefes do Escritório do Crime, milícia que domina a favela Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, na qual sua alcunha é Gordinho. Queiróz se esconde na favela para fugir da imprensa e da polícia.

A ligação entre Jair Bolsonaro e Adriano Magalhães nem precisa de seis laços de amizade para ficar explícita, de acordo com o estudo científico de Milgram.

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O senador Flávio Bolsonaro é filho de Jair Bolsonaro e amigo e chefe de Queiróz. Queiróz indica a mãe e a mulher de seu amigo Adriano para trabalhar no gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro, onde já trabalha. E ele contrata e as remunera durante mais de dez anos.

A ligação entre Flávio e Adriano também não precisa de seis laços para se estabelecer.

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Adriano é um dos suspeitos de participar da execução de Marielle. Os indícios contra o Escritório do Crime são robustos: a vereadora atuava explicitamente para atrapalhar os negócios ilícitos da milícia na favela Rio das Pedras, tais como grilagem de terras, venda ilegal de TV a cabo, cobrança de proteção e outros delitos, denunciando os bandidos publicamente e levantando os moradores contra eles. Só havia um jeito de parar a campanha que poderia redundar na destruição da milícia. Era eles ou ela.


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A pista mais promissora: os assassinos de Marielle abasteceram o carro, pouco antes da execução, a 14/3/2018, num posto de gasolina da mesma favela. Ou seja: não poderiam ser senão moradores da favela ou conhecidos do Escritório do Crime. Nenhum forasteiro se arriscaria a usar um posto de gasolina de uma favela dominada pela milícia.

Manoel de Brito, o Cabelo, um dos presos na Operação Os Intocáveis, deflagrada anteontem pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro e pela Polícia Civil, diz a outro comparsa, em grampo divulgado ontem ter recebido quatro caixas de uísque de um deputado. Não dá o nome, o que poderá fazer agora.

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Em outros grampos, Cabelo dá uma ideia do estilo de atuação da milícia de Adriano:

"Se ele cortar os cabos meus lá vai ser diferente porque eu vou cortar as duas pernas dele e os dois braços".

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"Se o carro tiver lá no meio, leva a empilhadeira e tira ele do meio e taca fogo nele".

Além de Cabelo, estão presos o major Ronald Paulo Alves, o Tartaruga; Pirata; Maurição; Fininho e Beto Bomba.

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Adriano Magalhães, o Gordinho, ninguém sabe onde está.

O fato irônico é que aquilo que os milicianos do Escritório do Crime tentaram evitar ao matar Marielle – o fim da milícia – acabou acontecendo justamente em razão do seu assassinato.

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