Se Raoni fosse presidente

"Se Raoni fosse presidente jamais teria feito o discurso que Bolsonaro fez na ONU, aproveitaria o momento para abrir os braços do Brasil para o mundo, com palavras de amizade e não ataques desnecessários", escreve o jornalista Alex Solnik sobre o cacique caiapó que foi atacado por Jair Bolsonaro. "O Brasil só teria a ganhar. O Brasil seria mais feliz"

Brasília- DF. 25-09-2019- Parlamentares de vários partidos durante Ato em apoio ao cacique Raoni. Foto Lula Marques
Brasília- DF. 25-09-2019- Parlamentares de vários partidos durante Ato em apoio ao cacique Raoni. Foto Lula Marques (Foto: Lula Marques)


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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia 

O meu colega Ascânio Seleme escreve em sua coluna de hoje de “O Globo” a respeito de Raoni, a quem conheceu pessoalmente.

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Ascânio conta que Raoni já era o que é hoje em 1984. E que tem “porte atlético assustador”, embora não se conheça episódio em que tenha agredido alguém. E que nunca fala alto, embora seja sempre firme.

E que não foge do enfrentamento, quando necessário. Mas não carrega armas de fogo, apenas uma borduna.

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Isso me levou a imaginar como seria o Brasil se o presidente, em vez de Bolsonaro, fosse Raoni.

Claro que as coisas mudariam da água para o vinho. Os brasileiros voltariam a sorrir, a cantar e a dançar.

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O discurso da estupidez, da truculência e da intolerância seria substituído pelo da sabedoria, experiência e sensatez.

Para começar, nosso país seria elogiado por todos os outros por preservar o meio-ambiente como se deve, sobretudo a floresta amazônica. O mundo agradeceria.

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O Brasil seria homenageado por povos e nações por proteger a humanidade ao proteger a floresta. Raoni seria recebido com tapete vermelho, aplausos e flores e não com protestos. Todos os chefes de estado ficariam felizes em receber Raoni, sem restrições ideológicas.

Se Raoni fosse presidente jamais correríamos risco de cair numa ditadura porque os índios se comportam de forma democrática e solidária. Nenhum cacique manda nos outros índios, ele apenas aconselha por ser o mais antigo.

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Se Raoni fosse presidente não haveria nenhum problema com nudez ou sexo porque índio não tem esse trauma.

Não haveria censura nem nas artes, nem na imprensa.

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Na “Voz do Brasil”, Raoni contaria as belas lendas indígenas em vez de façanhas do seu governo.

Se Raoni fosse presidente a violência seria muito reduzida, pois ele atuaria para descriminalizar a planta cannabis sativa, atualmente causadora de guerras de tráfico com a polícia e responsável por mortes, superlotação de presídios e miséria.

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Dessa forma, a planta hoje estigmatizada poderia se transformar em fonte de receita, como já acontece em vários países. De planta da morte viraria planta da vida e da prosperidade.

Se Raoni fosse presidente ele ensinaria à população princípios básicos de civilização, tais como jamais bater nos filhos ou nas mulheres, exatamente como se comportam os índios brasileiros.

Se Raoni fosse presidente ele jamais diria que o Brasil esteve à beira do socialismo e que isso quer dizer corrupção, criminalidade e miséria porque não é ignorante, nem elogiaria a ditadura militar, porque teve de enfrentá-la, e a enfrentou de borduna na mão.

Se Raoni fosse presidente jamais teria feito o discurso que Bolsonaro fez na ONU, aproveitaria o momento para abrir os braços do Brasil para o mundo, com palavras de amizade e não ataques desnecessários.

O Brasil só teria a ganhar. O Brasil seria mais feliz.

Ah, se Raoni fosse o presidente...

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