Se o diabo é o pai da mentira, Damares Alves é a mãe
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Uma lenda sexual das mais absurdas que circula há anos na internet chamada “Lolita Slave Toys”, que fala sobre um suposto cirurgião europeu que compra meninas entre 9 e 10 anos de idade e as transforma em escravas sexuais, está sendo utilizada pela ex-ministra da mulher, da família e dos direitos humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves, para associar a esquerda ao tráfico de bebês e crianças para exploração sexual. Em sua adaptação do sórdido mito para o público cristão evangélico, a senadora eleita pelo Distrito Federal relata histórias onde crianças entre 3 e 4 anos de idade têm os seus dentinhos arrancados para não morderem o órgão sexual de seus abusadores ao praticarem sexo oral com eles. Ela também fala de est upros cometidos contra recém-nascidos de 8 dias de vida, e que são comercializados em vídeos que podem custar de 50 a 100 mil reais.
Segundo Damares, esses fatos estariam ocorrendo na Ilha de Marajó, que fica no estado do Pará, que faz fronteira com o Suriname e com a Guiana Francesa, para onde estariam sendo levadas essas crianças. Coincidentemente, a roteirista de histórias pornográficas infantis decidiu revelar a existência de tais crimes e associá-los à esquerda, horas depois de Bolsonaro ter sido quase que escorraçado do Círio de Nazaré, que acontece no mesmo estado do Pará, cujo governador Helder Barbalho é apoiador de Lula e já tinha criticado a presença política do presidente no evento. Mais teorias conspiratórias é o que menos precisamos nesse momento. O que precisamos e devemos exigir do Ministério Público, é que faça com que Damares apresente as prov as de tudo o que falou durante um culto realizado em uma igreja da Assembleia de Deus em Goiânia, e, sobretudo, quais as providências ela tomou como ministra de estado para que os criminosos fossem punidos.
Ainda de acordo com o seu relato, que estava sendo acompanhado por dezenas de crianças presentes ao local, e que também citava o fato de as crianças traficadas serem alimentadas com comida pastosa para o intestino ficar livre na hora sexo anal com os seus abusadores, o presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento desses crimes e teria ido atrás, segunda palavras da própria Damares, para capturar os praticantes desses crimes. O que teria feito o “inferno” se levantar contra ele, numa “guerra espiritual” disfarçada de política. Dizendo ainda que Bolsonaro tem uma compreensão espiritual da qual a igreja não fazia ideia, ela associa a imprensa, o Congresso e o STF ao inferno, sugerindo que esses órgãos passaram a perseguir o presidente depois que ele começou a combater o tr&aacu te;fico de crianças para fins sexuais. Ou seja, Damares estaria acusando pessoas ligadas a esses órgãos de fazerem parte de tão pavoroso esquema.
A irresponsabilidade da ex-ministra só não é maior do que a sua perversão moral e a sua fixação por assuntos ligados a sexo com crianças. Também é de sua autoria, uma estória envolvendo bebês holandeses com sete meses de vida, que seriam masturbados e massageados nas partes íntimas por seus pais, seguindo a recomendação de médicos especialistas. O procedimento era para que os meninos tivessem uma vida sexual saudável e as meninas sentissem prazer com o sexo na fase adulta. Damares também sexualizou a personagem Elza da animação “Frozen”, dizendo que ela era uma princesa lésbica e que iria acordar a Bela Adormecida com um beijo gay. Não sou terapeuta sexual e nem me preocupo com a sexualidade alheia, mas arriscaria dizer que D amares tenta esconder a sua lesbianidade por trás de um discurso moralista, lgbtfóbico e perverso. Algo muito natural no meio evangélico, onde muitos cristãos escondem a sua verdadeira orientação sexual atrás de versículos bíblicos que as condenam.
Que Damares não queira assumir a sua real sexualidade é um direito dela e não nos cabe intervir. Mas ela tem que ser obrigada a assumir judicialmente a responsabilidade por suas falas, em mais esse episódio da série dos absurdos criados por ela. Caso a vida tenha imitado a “arte” e o que Damares falou não tenha sido mais uma de suas mentiras, se ela era ministra de estado quando tomou ciência desse crime hediondo e não apresentou denúncia contra os envolvidos, ela prevaricou. O mesmo vale para Bolsonaro, uma vez que Damares afirma que ele também tinha conhecimento da situação. Confirmada mais uma de suas mentiras sinceras que só interessam ao bolsonarismo, ela deveria ter a sua posse como senadora imediatamente impugnada. A sociedade não pode admitir que essa senhora seja u ma representante parlamentar do estado brasileiro. Seria a falência múltipla das instituições democráticas do país. A naturalização de um atentado contra a infância. E, justamente, partindo de alguém que se propõe a defender a inocência de nossas crianças.
As “denúncias” de Damares já estão sendo compartilhadas pela extrema-direita nas redes sociais e usadas pela campanha de Bolsonaro para acusar a esquerda de traficar crianças. Compartilhando o vídeo em que Damares Alves faz o seu show de horrores, Flávio Bolsonaro apela para que a sociedade aperte o 22 e liberte as crianças do escravismo sexual que a esquerda quer impor sobre elas. Outra ilação criminosa que deveria ser investigada pelo MPF. Não podemos aceitar isso da mesma forma que aceitamos as fakes que o gabinete do ódio costuma disseminar. Dessa vez passou de todos os limites aceitáveis. Essa nova “mamadeira de piroca” precisa ser digerida até o último gole por aqueles que a produziram. Damares Alves é a ministra da mentira do bolsonarismo. Uma fig ura monstruosa emergida dos esgotos do fascismo para espalhar o mau cheiro do seu caráter entre nós. Ouvi alguém dizer que ela merece uma camisa de força rosa, em alusão as cores das roupas que ela disse que as crianças devem usar. Porém, ela não deve ser tratada como louca, mas como uma psicopata com alto grau de perversidade.
Espero que Jesus possa aparecer novamente na goiabeira do seu quintal, para avisá-la que o diabo é o pai da mentira e que seguir enganando e manipulando as pessoas usando o seu santo nome, confere a ela a maternidade do engano.
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