São Francisco de Assis eleitoral

Ibaneis alinha-se, totalmente, com Bolsonaro, cujo guru econômico promete dose dupla de arrocho nos trabalhadores, aposentados e servidores



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Sensação eleitoral

O fenômeno eleitoral é Ibaneis, candidato do PMDB, no DF.

Ele não é um político que tem ligações orgânicas com as massas, como Lula, por exemplo, filho autêntico delas, seu ambiente natural, cultural, histórico.

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A força política de Ibaneis é o marketing eleitoralmente impactante, embora seja pura bolha candidata a esvaziar-se no tempo por falta de sustentabilidade objetiva, concreta, real.

Ele vende a imagem do amigo rico que vai resolver o problema do amigo pobre com dinheiro do próprio bolso.

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Conto do vigário.

Ibaneis é miragem midiática da propaganda comercial aplicada à política.

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É o novo self-made-men, aquele que se faz por si próprio.

De 2%, nas pesquisas, pulou para 40% e lá vai cacetada.

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Espetacular.

O perfil do self é o de São Francisco de Assis, o que dá para receber.

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O self brasiliense se diz rico e promete ajudar do próprio bolso os necessitados e injustiçados.

Prometeu construir com sua grana casas para os desalojados pela temida Agefis.

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Vai ter que cadastrar pessoal.

Filas homéricas, para reclamar o benefício prometido na eleição, pintarão no período pós-eleitoral.

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Se não satisfizer a demanda social, desmoraliza-se.

Super Robin Hood

A população brasiliense, de repente, se encantou com o novo self made men tropical, personagem da elite jurídica da advocacia na capital federal, que galgou, com esforço próprio, seu espaço para se tornar autossustentável financeiramente a partir do trabalho super-bem remunerado etc.

Depois da acumulação da riqueza, que lhe proporciona vida de burguês, na capital, circulando nas altas esferas dos ministros, desembargadores, famosos advogados de todo o país, classe política etc, Ibaneis dá uma volta de 360 graus: vai doar a riqueza aos pobres, como simboliza sua propaganda de super Robin Hood.

Verdade ou mentira?

Aparentemente, o discurso eleitoral do novo personagem, que veio de Saturno, é de ataque às suas próprias relações sociais no centro do poder, onde denuncia que grassa a corrupção, que promete combater.

Tenta, no discurso, afastar-se da imagem de integrante de um judiciário voraz em abocanhar o orçamento da União para obter, como poder, vantajosas verbas, em escala crescente, bem acima da inflação.

São nessas águas que Ibaneis banhou até agora.

Abastecido, materialmente, para viver bem a vida, o candidato do PMDB se lança a sua robinsonada vestido de trajes franciscanos.

Diz-se predisposto a desfazer dos bens materiais para distribui-lo aos mais pobres, desinteressadamente.

O candidato já tem demais e pode se auto-sustentar no cargo.

Exemplo individualíssimo de combate ao déficit público.

Trata-se de uma moda difícil de pegar.

Ficção e realidade

Entra em cena, midiaticamente, novo modelo de político, que precisa ser rico, para fazer o que promete e ganhar eleição.

Ibanez inverte a regra: não entra pobre para sair rico, na vida pública; entra rico para sair pobre, doando, para receber, na linha evangélica.

Tremendo lançamento midiático, candidato ao estudo pelos especialistas, a nova mercadoria eleitoral, na forma, é bela, mas, no conteúdo, é outra conversa.

Ibaneis, em concordância com a política econômica de Temer, que congela gastos públicos por vinte anos, condena e inviabiliza o que promete, mais educação, mais saúde, mais segurança, mais desenvolvimento.

O PMDB de Ibaneis comanda o poder Temer mediante arrocho salarial geral com precarização do trabalho, produzindo, consequentemente, desemprego, fome, miséria e violência social.

Ibaneis, que se diz crítico de todos, não criticou a causa central do desemprego, que é a fobia neoliberal de buscar equilibrismo orçamentário à custa do emprego.

É o oposto de Roriz, que dependia do déficit público para jogar o populismo econômico eleitoral.

Nesse sentido, Ibaneis alinha-se, totalmente, com Bolsonaro, cujo guru econômico promete dose dupla de arrocho nos trabalhadores, aposentados e servidores.

O capitão e seu adepto, no DF, tocará o tal de orçamento de base zero, construído no laboratório neoliberal de Washington, em experimentação na Argentina, imposto pelo FMI.

Como o Distrito Federal, estado e município, simultaneamente, depende das verbas públicas, que se escasseiam, no compasso neoliberal do PMDB-Temer, desestabilizador econômico e político, Ibaneis, se não cumprir suas promessas, rapidamente, se mostrará como bolha política midiática candidata à implosão pela mentira.

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