São Francisco de Assis eleitoral
Ibaneis alinha-se, totalmente, com Bolsonaro, cujo guru econômico promete dose dupla de arrocho nos trabalhadores, aposentados e servidores
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Sensação eleitoral
O fenômeno eleitoral é Ibaneis, candidato do PMDB, no DF.
Ele não é um político que tem ligações orgânicas com as massas, como Lula, por exemplo, filho autêntico delas, seu ambiente natural, cultural, histórico.
A força política de Ibaneis é o marketing eleitoralmente impactante, embora seja pura bolha candidata a esvaziar-se no tempo por falta de sustentabilidade objetiva, concreta, real.
Ele vende a imagem do amigo rico que vai resolver o problema do amigo pobre com dinheiro do próprio bolso.
Conto do vigário.
Ibaneis é miragem midiática da propaganda comercial aplicada à política.
É o novo self-made-men, aquele que se faz por si próprio.
De 2%, nas pesquisas, pulou para 40% e lá vai cacetada.
Espetacular.
O perfil do self é o de São Francisco de Assis, o que dá para receber.
O self brasiliense se diz rico e promete ajudar do próprio bolso os necessitados e injustiçados.
Prometeu construir com sua grana casas para os desalojados pela temida Agefis.
Vai ter que cadastrar pessoal.
Filas homéricas, para reclamar o benefício prometido na eleição, pintarão no período pós-eleitoral.
Se não satisfizer a demanda social, desmoraliza-se.
Super Robin Hood
A população brasiliense, de repente, se encantou com o novo self made men tropical, personagem da elite jurídica da advocacia na capital federal, que galgou, com esforço próprio, seu espaço para se tornar autossustentável financeiramente a partir do trabalho super-bem remunerado etc.
Depois da acumulação da riqueza, que lhe proporciona vida de burguês, na capital, circulando nas altas esferas dos ministros, desembargadores, famosos advogados de todo o país, classe política etc, Ibaneis dá uma volta de 360 graus: vai doar a riqueza aos pobres, como simboliza sua propaganda de super Robin Hood.
Verdade ou mentira?
Aparentemente, o discurso eleitoral do novo personagem, que veio de Saturno, é de ataque às suas próprias relações sociais no centro do poder, onde denuncia que grassa a corrupção, que promete combater.
Tenta, no discurso, afastar-se da imagem de integrante de um judiciário voraz em abocanhar o orçamento da União para obter, como poder, vantajosas verbas, em escala crescente, bem acima da inflação.
São nessas águas que Ibaneis banhou até agora.
Abastecido, materialmente, para viver bem a vida, o candidato do PMDB se lança a sua robinsonada vestido de trajes franciscanos.
Diz-se predisposto a desfazer dos bens materiais para distribui-lo aos mais pobres, desinteressadamente.
O candidato já tem demais e pode se auto-sustentar no cargo.
Exemplo individualíssimo de combate ao déficit público.
Trata-se de uma moda difícil de pegar.
Ficção e realidade
Entra em cena, midiaticamente, novo modelo de político, que precisa ser rico, para fazer o que promete e ganhar eleição.
Ibanez inverte a regra: não entra pobre para sair rico, na vida pública; entra rico para sair pobre, doando, para receber, na linha evangélica.
Tremendo lançamento midiático, candidato ao estudo pelos especialistas, a nova mercadoria eleitoral, na forma, é bela, mas, no conteúdo, é outra conversa.
Ibaneis, em concordância com a política econômica de Temer, que congela gastos públicos por vinte anos, condena e inviabiliza o que promete, mais educação, mais saúde, mais segurança, mais desenvolvimento.
O PMDB de Ibaneis comanda o poder Temer mediante arrocho salarial geral com precarização do trabalho, produzindo, consequentemente, desemprego, fome, miséria e violência social.
Ibaneis, que se diz crítico de todos, não criticou a causa central do desemprego, que é a fobia neoliberal de buscar equilibrismo orçamentário à custa do emprego.
É o oposto de Roriz, que dependia do déficit público para jogar o populismo econômico eleitoral.
Nesse sentido, Ibaneis alinha-se, totalmente, com Bolsonaro, cujo guru econômico promete dose dupla de arrocho nos trabalhadores, aposentados e servidores.
O capitão e seu adepto, no DF, tocará o tal de orçamento de base zero, construído no laboratório neoliberal de Washington, em experimentação na Argentina, imposto pelo FMI.
Como o Distrito Federal, estado e município, simultaneamente, depende das verbas públicas, que se escasseiam, no compasso neoliberal do PMDB-Temer, desestabilizador econômico e político, Ibaneis, se não cumprir suas promessas, rapidamente, se mostrará como bolha política midiática candidata à implosão pela mentira.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popularAssine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247