Salários parcelados e fornecedores em dia

Uma estranha aritmética contraria as leis gerais da matemática. O governador Sartori e o prefeito Marchezan Júnior alegam indisponibilidade de recursos financeiros para pagar em dia, sem parcelar, o salário dos servidores públicos estaduais e municipais. Afinal, falta dinheiro de verdade ou isso é apenas um discurso repetido como mantra para justificar o projeto político de ambos, que consiste em destruir as carreiras do funcionalismo para privatizar os serviços públicos e eliminar as conquistas de cidadania?

Uma estranha aritmética contraria as leis gerais da matemática. O governador Sartori e o prefeito Marchezan Júnior alegam indisponibilidade de recursos financeiros para pagar em dia, sem parcelar, o salário dos servidores públicos estaduais e municipais. Afinal, falta dinheiro de verdade ou isso é apenas um discurso repetido como mantra para justificar o projeto político de ambos, que consiste em destruir as carreiras do funcionalismo para privatizar os serviços públicos e eliminar as conquistas de cidadania?
Uma estranha aritmética contraria as leis gerais da matemática. O governador Sartori e o prefeito Marchezan Júnior alegam indisponibilidade de recursos financeiros para pagar em dia, sem parcelar, o salário dos servidores públicos estaduais e municipais. Afinal, falta dinheiro de verdade ou isso é apenas um discurso repetido como mantra para justificar o projeto político de ambos, que consiste em destruir as carreiras do funcionalismo para privatizar os serviços públicos e eliminar as conquistas de cidadania? (Foto: Jeferson Miola)


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Uma estranha aritmética contraria as leis gerais da matemática. O governador Sartori e o prefeito Marchezan Júnior alegam indisponibilidade de recursos financeiros para pagar em dia, sem parcelar, o salário dos servidores públicos estaduais e municipais.

Afinal, falta dinheiro de verdade ou isso é apenas um discurso repetido como mantra para justificar o projeto político de ambos, que consiste em destruir as carreiras do funcionalismo para privatizar os serviços públicos e eliminar as conquistas de cidadania?

Algumas coisas deveriam ser melhor esclarecidas.

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Se, de fato, não existe dinheiro para pagar o salário dos servidores públicos, como os juízes e os funcionários da justiça, os deputados, vereadores e funcionários dos legislativos estadual e municipal – justamente aqueles com ganhos muito superiores à média do Executivo – estão recebendo em dia e, em alguns casos, com a reposição da inflação? – Será porque alguns servidores são mais servidores que outros?

Se, de fato, o Estado e a Prefeitura de Porto Alegre enfrentam a crise financeira calamitosa alegada pelo governador e pelo prefeito, como explicar que a única despesa parcelada é o salário dos servidores públicos, enquanto os credores e fornecedores recebem seus créditos em dia?

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Alguém já escutou no noticiário os deputados, juízes, funcionários da justiça e dos legislativos, assim como os prestadores de serviço e fornecedores do Estado e da Prefeitura se queixando por parcelamento dos seus salários ou atraso dos seus créditos?

A resposta é não, porque a única despesa atrasada, e de maneira deliberada, é o salário dos funcionários públicos dos Executivos municipal e estadual. Em setembro, a primeira parcela paga pelo Sartori foi de R$ 350, e a segunda do Marchezan, anunciada em R$ 280 – um escárnio.

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Agindo assim, os governantes ofendem e humilham os servidores públicos e desorganizam a vida de milhares de gaúchos/as, e por isso provocaram as greves do funcionalismo. Além disso, com a subtração de milhões de reais da massa salarial da economia, Sartori e Marchezan estão tornando a profecia da crise uma realidade, pois inibem e retraem os negócios, os investimentos, o comércio, o consumo e o planejamento das famílias e das empresas.

Esta realidade deverá ser, finalmente, desmascarada, e a verdade poderá então vir à tona.

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Na Assembléia Legislativa está por ser instalada a CPI do Parcelamento. A CPI pretende investigar a realidade fiscal e financeira do Estado, para comprovar se a crise é da dimensão alegada ou se o governo Sartori lança mão de uma gestão financeira diversionista e de truques contábeis para esconder o dinheiro às vésperas da data em que deveria pagar os salários.

No Município também prosperam medidas judiciais e outras de fiscalização do Ministério Público de Contas e do TCE para averiguar o fluxo de caixa da Prefeitura nos meses em que ocorreu atraso de salários.

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Se ficar comprovado que havia disponibilidade financeira para pagar integralmente os salários no último dia útil do mês trabalhado, conforme determina o artigo 39 da Lei Orgânica do Município, mas houve a decisão política de atrasar seu pagamento, o prefeito ficará em posição difícil.

Isso porque, além de descumprir a Lei Orgânica, terá desobedecido ordem judicial da 5ª Vara da Fazenda Pública, que o proibiu de parcelar salários, com base nos demonstrativos oficiais oferecidos pela própria Administração. Neste caso, o prefeito ficará sujeito à ação por crime de responsabilidade e será julgado diretamente pelo Poder Judiciário, conforme prevê o Decreto-Lei 201/1967, podendo ser afastado do cargo.

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Se a verdade sobre as finanças municipais e estaduais for restaurada, isso trará a esperança de que a torpeza não se estabeleça como método de governo. Sartori e Marchezan criaram o simulacro da crise para difundir na sociedade uma realidade falsa, inexistente. Buscam, com isso, o álibi para um projeto político cuja índole não tem nada de construtivo; só destrutivo.

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