Rollemberg e a arte de “governar” com desculpas
A mais nova desculpa criada por Rollemberg é para tentar justificar o segundo aumento nas passagens de ônibus e metrô! Somando-se o aumento de setembro de 2015 ao decretado no último dia 30/12, no apagar das luzes de 2016, contando com a distração da população, tem-se um rombo de até 66% no orçamento dos trabalhadores
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Após dois anos de mandato, o governador Rollemberg (PSB), subestimando a inteligência e superestimando a paciência da população e de representantes dos demais poderes do DF, insiste num modelo de "governo" sustentado unicamente em desculpas, todas tentando justificar as mais variadas formas de retiradas de direitos e prejuízos que imputa sempre e somente aos trabalhadores e às camadas mais pobres do Distrito Federal.
Até então, para justificar seu misto de covarde desinteresse e crônica incapacidade de proposição e ação para enfrentamento das questões administrativas do DF, bem como para absolver-se de sua inigualável insensibilidade para com os dramas da população em seus direitos vitais (como saúde, transporte e educação), o governador vem se valendo de duas desculpas já bem gastas e faltosas com a verdade.
Uma, a necessidade de equilibrar o orçamento do DF (que, Rollemberg nunca diz, é o maior da União, proporcionalmente); a outra, culpar erros do governo anterior, esquecendo-se mais uma vez de dizer que, ainda que isso fosse verdade, elegeu-se prometendo ter as soluções para estes "erros" – quem não se lembra da campanha eleitoral, quando Rollemberg dizia: "Dinheiro tem, o que falta é gestão"? Portanto, já passou, e muito, da hora de o governador cumprir o que prometeu, apresentando e colocando em prática soluções políticas e administrativas que atendam aos interesses públicos.
A mais nova desculpa criada por Rollemberg é para tentar justificar o segundo aumento nas passagens de ônibus e metrô! Somando-se o aumento de setembro de 2015 ao decretado no último dia 30/12, no apagar das luzes de 2016, contando com a distração da população, tem-se um rombo de até 66% no orçamento dos trabalhadores.
Segundo o governador, "a culpa é do Passe Livre Estudantil", fruto de uma luta longa, digna e legítima dos estudantes da rede pública de ensino. Ironicamente, porém, o próprio Rollemberg, quando ainda deputado distrital, num misto de demagogia e irresponsabilidade, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e sem os obrigatórios estudos de impacto orçamentário-financeiro, apresentou seis projetos prevendo passe livre também para estudantes da rede privada de ensino e alunos do entorno do DF.
Para o deputado Wasny de Roure, líder da Bancada do PT na CLDF, "Rollemberg faz um revanchismo eleitoral barato, culpando as gratuidades pela falta de planejamento do seu governo para com os usuários do transporte público".
Já se passou metade de seu mandato, e Rollemberg ainda não foi capaz de realizar os estudos para reavaliação dos contratos e implementação das medidas que baseiam o sistema público de transporte, o que fez o repasse do GDF para as empresas saltar de R$ 130 milhões, em 2013, para incríveis R$ 640 milhões, em 2016. Qual a desculpa para isso?
Basta de desculpas, governador.
Peça desculpas por esse modelo de "governo" aviltante e ameaçador ao destino do DF praticado até agora, e, de uma vez por todas, comece a fazer aquilo para o que foi eleito: governar – e para o povo.
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