Roberto Jefferson, o bom aprendiz

"Os tiros e as granadas do bandido Jefferson atingiram de morte sua campanha. O Brasil quer paz, e não guerra"

Ex-deputado Roberto Jefferson participa de evento pró-armas em Brasília em 2020 09/07/2020
Ex-deputado Roberto Jefferson participa de evento pró-armas em Brasília em 2020 09/07/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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O ocupante do Planalto resolveu chamar seu amigo do peito, Roberto Jefferson de bandido. Muitos não entenderam, houve revolta nos arraiais da extrema direita: não se abandona um amigo, um parceiro de todas as horas...

Não entenderam que Jair Messias ao chamar Jefferson de bandido queria tentar sarar o seu pé que recebeu um tiro de fuzil além dos muitos estilhaços de granada que feriram de morte a campanha. Ao fazer isso ele deve ter pensado – às vezes, mentes quadradas também pensam:

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“Será que o chamando de bandido não ajuda a curar o meu pé e minha campanha? Reconheço que ele agiu certo, fez o que eu faria, mas neste momento pegou mal, atingiu gravemente a campanha. Bandido pra ele não é ofensa, é elogio...”

Ora, como todos os bem informados devem se lembrar, há cerca de três, quatro meses, quando se avolumaram os crimes do capitão, muitas vozes se levantaram pedindo sua prisão. Não foi pouca coisa não, até seu amigo Augusto Aras, o Arquivador Geral da República, já havia arquivado mais de 100 pedidos de inquérito oriundos do STF contra o presidente. A coisa chegou ao ponto em que Jair Messias se viu obrigado a dar uma resposta pública. Ele afirmou então, para todos ouvirem e saberem, que jamais será preso. Quem for prendê-lo será recebido a bala!

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A aula estava dada. O governo do ódio, da violência e da liberação de armas tinha dado a orientação para seus partidários milicianos. E Roberto Jefferson aprendeu a lição como bom aprendiz que é: polícia na minha porta? bala neles! E não se contentou com as balas de fuzil, granadas também! Não foi isso que o chefe disse que faria, ou fará? 

E com sua atitude o bandido Jefferson obrigou seu chefe e amigo, o capitão presidente a defendê-lo, mandar seu ministro da Justiça (ou da injustiça?) Anderson Torres para “apaziguar”, encontrar uma solução que não desmoralizasse a PF e causasse o menor dano possível à campanha.

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Mas o grave crime do amigo já havia sido cometido. Quatro policiais federais foram vítimas de tentativa de assassinato; dois, o delegado Marcelo Vilella e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, foram atingidos por estilhaços de granada; o veículo da PF, estilhaçado, uma das balas do fuzil 762 com mira telescópica, perfurou o encosto da cabeça no interior do veículo (felizmente o ocupante já havia se retirado). Ao lado destes crimes, a própria posse de um arsenal bélico para quem estava em prisão domiciliar, é gravíssimo crime. Tudo isso precedido do crime de difamação com palavras de baixo calão, somente usadas por mentes doentias como as de Jefferson e seus pares, contra a ministra Carmen Lúcia do Supremo.

Mas o que fez, afinal o amigo Bolsonaro? Num primeiro momento defendeu o bandido, repudiando o inquérito do TSE, e chegou a cogitar o envio das Forças Armadas para “proteger” o bandido Jefferson, e ao longo da tarde do domingo seus partidários torceram pela resistência. Bolsonaro mandou seu ministro da Justiça, além do diretor geral da PF. Porém, ao perceber mais tarde – certamente advertido por auxiliares – a gravidade dos fatos e das medidas que havia cogitado e adotado, resolveu chamar o amigo de bandido e dizer que nunca houve amizade, ao ponto de não haver nenhuma foto dele com Jefferson. Foi o bastante para se multiplicarem na imprensa e nas redes sociais dezenas de fotos celebrando a amizade dos dois a trocar apertos de mão, abraços e sorrisos. 

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Mas não adianta, capitão. Os tiros e as granadas do bandido Jefferson atingiram de morte sua campanha. O Brasil quer paz, e não guerra, por isso no dia 30 votará contra o ódio que o senhor pretende eternizar, votará pela democracia!

* - Jornalista, historiador e escritor. Ex-preso político, fundador do PT. Autor de: Liberdade para os brasileiros – anistia ontem e hoje; Segurança Nacional; Porto Seguro: história de uma esquecida capitania.

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