Roberto Jefferson e o “Jihad” evangélico bolsonarista contra os infiéis comunistas
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Recém chegado ao protestantismo evangélico, com direito a um vídeo de testemunho da sua conversão a Jesus disponível no Youtube, Roberto Jefferson, aquele mesmo que residiu na cadeia por alguns anos, lugar de onde nunca deveria ter saído, fez uma postagem em homenagem a sexta-feira santa, pedindo aos cristãos que espancassem e torturassem comunistas. Com o rosto coberto por uma balaclava, feito um bandido - como se precisasse do adereço para se parecer se assemelhar a um – ele exibia instrumentos de tortura sobre uma mesa, enquanto “evangelizava” os estúpidos que lhe seguem
Mesmo após ter “aceitado a Jesus” como seu senhor e salvador, o ex deputado federal parece que continua tendo encontros secretos com o diabo. Deve ser alguma dívida de gratidão, com aquele que sempre inspirou e mentorizou a sua trajetória política. Deve ter sido o seu antigo aliado, que o convenceu a sugerir a criação de uma milícia para o espancamento de Guardas Municipais em Juiz de Fora, em protesto contra o lockdown imposto pela prefeitura daquela cidade. Na ocasião, ele orientava as pessoas sobre como agredir os agentes, ensinando em que parte do corpo eles deveriam bater para “quebrar” e não dar chance de reação aos servidores.
Em seu testemunho de conversão, ele diz, entre outras coisas, que sempre creu na palavra de Deus, mas nunca se dedicou à sua leitura. Talvez, por esse detalhe, ele venha defendendo com muito entusiasmo a tortura de pessoas. Prática condenável utilizada para matar Jesus Cristo, a quem hoje ele diz seguir. Não vou perder tempo me atendo ao aspecto cristão da questão, porque não quero dar crédito a mais uma canalhice desse sabido logrador de incautos. Os argumentos utilizados e as respostas que precisam ser dados contra as ideias absurdas desse senhor, devem ser através da lei. Mais especificamente, na esfera criminal.
Roberto Jefferson tem que ser preso novamente. Não bastassem as suas ofensas dirigidas ao STF, seus incentivos a desordem armada e pedidos por intervenção militar, ele agora também convoca pessoas a torturarem e a matarem a outras em praça pública. Se isso não é motivo de prisão, não sei mais o que deve ser. Fazendo uso do cinismo que caracteriza alguns líderes evangélicos do país, ele, com seu discurso de ódio pouco original, mas ainda mais perigoso, se candidata a pastorear fanáticos, desequilibrados, desajustados e assassinos. E não duvidem de que isto pode custar algumas vidas em nossa sociedade.
A propensão de alguns “cristãos evangélicos” em absorver tal pregação, não pode ser ignorada. A intolerância sempre pautou o comportamento, as atitudes e a fé de muitas dessas pessoas. Qualquer bandido que porte uma Bíblia, consegue seduzir e sensibilizar boa parte desse rebanho de ovelhas sem rumo. Sabendo disso, Roberto Jefferson começou a fazer uso deste “armamento” para propagar a sua delinquência senil. No vídeo https://twitter.com/i/status/1378067084962373635 onde ele ensina como os cristãos patriotas devem atacar os comunista e que está publicado em seu perfil no Twitter, ele apresenta aos crentes o “Kit anti satanás”, composto por uma balaclava, uma pistola, spray de pimenta, cabo de enxada, taco de beisebol e um chicote.
Roberto Jefferson tem que ser enquadrado nos artigos 286 e 287 do código penal, que tratam da incitação ao crime e da apologia à tortura e a fato criminoso e ter a sua prisão decretada. Por um pouco menos, o deputado Daniel Silveira foi preso e corre risco de ter o seu mandato cassado. A não punição ao “jihadista evangélico” pode abrir precedentes letais a ordem social. Vale lembrar, que movido pelo mesmo “patriotismo” evocado por ele em seu vídeo, um Policial Militar da Bahia pôs em risco a vida de dezenas de pessoas, e atentou contra a vida dos próprios companheiros de farda. Tendo de ser contido energicamente, e, infelizmente, vindo a óbito.
Uma Bíblia numa mão e uma arma letal na outra, é a combinação perfeita para a concretização do caótico e diabólico projeto de poder neo pentecostal. Pois, não se enganem. Roberto Jefferson está a serviço de líderes evangélicos comprometidos em estabelecer um estado político religioso, sob a ideologia bolsonarista. O que não tem nada de patriótico, nem de democrático. Muito menos ainda de cristão.
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