Roberto Jefferson e governo Bolsonaro são almas gêmeas

"Um a representação física da indigência de caráter do outro", define Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia. "Não deixa de ser curioso que os profetas da 'nova política', eleitos por supostamente representarem uma força antissistema, recorram, agora, a um estafeta do fisiologismo mais baixo já praticado no Congresso para tentar costurar uma sustentação mínima no Parlamento", completa

Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro
Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados | Marcos Corrêa/PR)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia

Roberto Jefferson talvez seja o subproduto mais desprezível excretado pela cloaca da política brasileira, em todos os tempos. No início dos anos 1980, foi um dos primeiros casos de transferência eleitoral de um prócer de programa popularesco de TV – o famigerado “O Povo na TV”, da antiga TVS, de Sílvio Santos – para um mandato de deputado federal, na Câmara dos Deputados.

continua após o anúncio

Naquela época, Jefferson era, literalmente, um peso pesado de uma prática infame que iria, dali para frente, gerar dezenas de balanços gerais e repositórios semelhantes de exploração da miséria humana, nas emissoras de tevê, Brasil afora. No ar, com um discurso violento e demagogo, ele disparava impropérios e balançava uma pança monumental enquanto se auto intitulava “advogado dos pobres”.

Na Câmara dos Deputados, notabilizou-se por ser uma nulidade tóxica do chamado baixo clero, onde agia como punguista ideológico. Em 2005, cadavérico por conta de uma cirurgia bariátrica, tornou-se delator do chamado “mensalão”, termo, aliás, que ele cunhou, e acabou cassado por ser corrupto confesso: admitiu ter roubado 4 milhões de reais de dinheiro destinado ao PTB, agremiação da qual ainda faz parte.

continua após o anúncio

Desde então, fez do antipetismo uma narrativa obsessiva e uma ferramenta de adesismo político coroada, agora, com seu total alinhamento ao bolsonarismo.

Não deixa de ser curioso que os profetas da “nova política”, eleitos por supostamente representarem uma força antissistema, recorram, agora, a um estafeta do fisiologismo mais baixo já praticado no Congresso para tentar costurar uma sustentação mínima no Parlamento.

continua após o anúncio

Pensam, inclusive, em recriar o Ministério do Trabalho, demonizado como símbolo do anacronismo das relações trabalhistas defendidas pelas esquerdas, apenas para colocar Jefferson, um rato, como titular da pasta.

Vejam bem, isso não é uma crítica.

continua após o anúncio

Eu, de minha parte, acho que Roberto Jefferson e o governo Bolsonaro são almas gêmeas, desde sempre. Um a representação física da indigência de caráter do outro.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247