Rita Lee, que mulher!
"Talvez Rita seja a maior compositora mulher do mundo. A quantidade de sucessos é enorme e o talento infinito", diz Miguel Paiva
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Conheci Rita Lee ainda de longe em 68 junto com Gil, Caetano, Gal e o Show da Sucata. Na época eu circulava por aquele pessoal de Ipanema e acabamos nos conhecendo. Mais pra frente, já em 1969 acabei fazendo o cartaz do primeiro show deles em teatro no caso o Casa Grande. Se chamava Planeta dos Mutantes e era dirigido por José Agripino de Paula. Fiz o cartaz e fiquei amigo dos Mutantes. Participei de carona numa sessão de fotos que eles faziam com o Luís Trípoli, se não me engano, na Prainha aqui na zona oeste do Rio.
Fiquei mais amigo do Sérgio Dias, mas encontrei Rita algumas vezes.
Quando morava em São Paulo fiz uma matéria com ela em plena Avenida Paulista para a seção de humor que eu tinha no Estadão. Armamos um pic-nic na entrada do prédio da Caixa Econômica. Não me lembro o mote, mas tinha tudo a ver. A última vez que a vi ao vivo foi num show no Hard Rock Café da Barra e Rita exalava toda a sua energia e todo o seu talento.
Talvez Rita seja a maior compositora mulher do mundo. Meu filho Vitor afirma isso com argumentos. Eu concordo. A quantidade de sucessos é enorme e o talento de Rita para escrever e cantar, infinito. Sabemos de cor quase todas as músicas, sem esforço.
Uma das imagens mais fortes de Rita ainda no tempo dos Mutantes é a dela vestida de noiva e cantando Caminhante Noturno. Um marco na história da nossa música.
Rita foi uma voz feminina vibrante e radical, mas sem perder o humor e o savoir-faire. Falou das questões da mulher, da sua luta, da sua liberdade, do amor e do prazer. E era linda. Rita Lee, sardas e aquele ar de menina americana, filha de americanos, mas nascida em Americana, São Paulo.
Tenho uma alegria enorme de ter feito parte dessa história, mesmo que de modo distante. É um reconhecimento que passa pela admiração e pelo orgulho. Rita era contestadora, delicada, irreverente, libertária e muito engraçada. A memória que vai ficar é esta. O talento da Rita nunca vai acabar.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247