Rita Lee, que mulher!

"Talvez Rita seja a maior compositora mulher do mundo. A quantidade de sucessos é enorme e o talento infinito", diz Miguel Paiva

(Foto: Miguel Paiva)


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Conheci Rita Lee ainda de longe em 68 junto com Gil, Caetano, Gal e o Show da Sucata. Na época eu circulava por aquele pessoal de Ipanema e acabamos nos conhecendo. Mais pra frente, já em 1969 acabei fazendo o cartaz do primeiro show deles em teatro no caso o Casa Grande. Se chamava Planeta dos Mutantes e era dirigido por José Agripino de Paula. Fiz o cartaz e fiquei amigo dos Mutantes. Participei de carona numa sessão de fotos que eles faziam com o Luís Trípoli, se não me engano, na Prainha aqui na zona oeste do Rio.

Fiquei mais amigo do Sérgio Dias, mas encontrei Rita algumas vezes.

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Quando morava em São Paulo fiz uma matéria com ela em plena Avenida Paulista para a seção de humor que eu tinha no Estadão. Armamos um pic-nic na entrada do prédio da Caixa Econômica. Não me lembro o mote, mas tinha tudo a ver. A última vez que a vi ao vivo foi num show no Hard Rock Café da Barra e Rita exalava toda a sua energia e todo o seu talento. 

Talvez Rita seja a maior compositora mulher do mundo. Meu filho Vitor afirma isso com argumentos. Eu concordo. A quantidade de sucessos é enorme e o talento de Rita para escrever e cantar, infinito. Sabemos de cor quase todas as músicas, sem esforço.

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Uma das imagens mais fortes de Rita ainda no tempo dos Mutantes é a dela vestida de noiva e cantando Caminhante Noturno. Um marco na história da nossa música.

Rita foi uma voz feminina vibrante e radical, mas sem perder o humor e o savoir-faire. Falou das questões da mulher, da sua luta, da sua liberdade, do amor e do prazer. E era linda. Rita Lee, sardas e aquele ar de menina americana, filha de americanos, mas nascida em Americana, São Paulo.

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Tenho uma alegria enorme de ter feito parte dessa história, mesmo que de modo distante. É um reconhecimento que passa pela admiração e pelo orgulho. Rita era contestadora, delicada, irreverente, libertária e muito engraçada. A memória que vai ficar é esta. O talento da Rita nunca vai acabar.

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