Revolução pelo voto
A democracia não se exaure no voto, mas sim na constante mudança, e percebemos que políticos se encontram no poder há meio século. É um tapa no rosto da sociedade moderna e civilizada
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Há alguns dias, o Ministro Presidente do TSE convocou a população para ir às urnas em outubro e, pelo voto, fazer a revolução democrática.
Enquanto muitos querem se espelhar em 64, outros não se contentam e lançam farpas para todos os lados.
O comentário do Ministro estaria correto se existissem partidos políticos sólidos no Brasil e ideologias sustentáveis. O Ministro Dias Toffoli ressalta, em entrevista no jornal Brasil Econômico, a forte influencia do poder econômico, e em relação ao dirigismo partidário.
Em linhas gerais, os partidos políticos estão desgastados, a credibilidade na representatividade mais ainda, e o modelo que temos está completamente em crise.
A democracia não se exaure no voto, mas sim na constante mudança, e percebemos que políticos se encontram no poder há meio século. É um tapa no rosto da sociedade moderna e civilizada.
Na sua mais pura equação, a representatividade é falha, os partidos políticos igualmente, e não há um clima de patriotismo e devotamento à Nação, a maioria quer fazer a lei do favorecimento, do Gerson, quando não seu egoísmo prevalece em relação ao coletivo.
Dentro desse espírito, o voto obrigatório não edifica uma democracia, principalmente quando as benesses do Estado chegam em populações mais carentes e quase iletradas, as quais não tem noção do risco do voto incorreto.
Em todo o continente latino-americano, salvo raras exceções, a democracia tem sido apenas um palpite das urnas, e não uma vocação constante e permanente, na medida em que ocorre uma ditadura do capital.
As chances não se oportunizam para todos, e somente alguns poucos têm acesso à renda e podem consumir como, onde e de que forma desejarem.
O primeiro e essencial pressuposto para uma efetiva democracia baseia-se na igualdade, numa distribuição justa de renda, em condições boas de saúde e habitação, infelizmente não observamos esses elementos no Brasil, e o gasto público é cada vez mais ineficiente.
A bem da verdade, são sempre os mesmos que se apresentam na cata de voto, com seus discursos lendários, os quais, após eleitos, sequer sabem distinguir seus verdadeiros eleitores, querem se aproveitar do poder e celebrar acordos e mais acordos para a independência financeira, familiar e pessoal.
O modelo politico partidário faliu, e precisamos rapidamente ter o reconhecimento dessa escalada, com a rebeldia dos jovens, o protesto dos mais velhos, e apagar da lembrança fatos do autoritarismo, os quais desservem a construção própria e fiel da democracia.
Revigorar o cenário político significa enxugar os partidos, manter, no máximo 6 deles em funcionamento, reduzir o quadro de deputados na Câmara Federal, no teto de 300, e também de senadores, para 50. Assim, com essas preocupações, o Estado Federativo teria base para ser reconstruído.
De nada adianta termos mais de 5 mil municípios sem arrecadação para pagamento da folha salarial, e 27 Estados em penúria, sem que ocorra o repasse da arrecadação federal.
O voto é apenas um instrumento da democracia efetiva, mas absolutamente ineficiente para tratarmos das mazelas e dos graves problemas que abalam a representatividade nacional.
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